sexta-feira, 27 de novembro de 2009

LINHA ORLANDO - MARQUES DE SOUZA


Um lugar no Vale

Linha Orlando – Marques de Souza


Linha Orlando está localizada há sete quilômetros da sede do município, na estrada que liga Marques de Souza ás localidade de Linha Atalho, Rui Barbosa em Canudos do Vale e Xaxim em Progresso. Na história resgatada em obra publicada pelo professor Armindo Müller consta que por volta de 1890 a Linha Orlando fazia parte das antigas colônias pertencentes a empresa Bastos, Klenzen & Cia. Um dos sócios teria doado terras da localidade a uma afilhada, viúva de um colono chamado Orlando, daí se originando o nome Linha Orlando. Em 1911, a viúva solicitou a Gustav Jäger para que realizasse a medição e a venda de lotes das terras. Era uma área constituída por muitas matas e logo em seguida chegavam as famílias desbravadoras de Carl Bernstein, João Stacke, Franz Döbber, Germano Bernstein, Nikolaus Schroeder, Eduard Conrad e Valentin Cornelius. As primeiras colheitas eram transportadas em estradas precárias até Nova Berlim Forqueta, atual Marques de Souza). Estes primeiros habitantes pertenciam a comunidade Missouri de Linha Tigrinho e a comunidade Sinodal de Bastos e Nova Berlim Forqueta. O primeiro Pastor que visitou a comunidade foi Walter Mummelthey. Para chegar até a região que é muito montanhosa utilizava um cavalo. Os primeiros cultos foram realizados em casas de famílias. A criação de uma sociedade local aconteceu em assembléia de moradores em 29 de agosto de 1919, na residência de João Stacke. Na mesma assembléia, também foi feito um contrato com Wilhelm Espich para a construção de um templo, no valor de 600 mil réis. Eduard Conrad doou o terreno e 100 ml réis. Dezesseis membros integravam inicialmente a comunidade. Uma pequena capela foi concluída provisoriamente e pode ser inaugurada no dia 22de Maio de 1920. Em 1968 foi inaugurada a atual igreja da IECLB. Também na localidade existe a comunidade católica que foi fundada em 1910 , tendo como padroeira Santa Terezinha. Os fundadores foram José Welter, João Zanatta, Franciso Giovanella, Pedro, Jacó e Fioravante Tomazzi. A escola já desativada foi criada em 1973. Um fato que marcou a localidade foi o acidente com um ônibus da empresa Ereno Dörr em 12 de outubro de 1969 quando retornava de um sepultamento em Progresso e que resultou em quatro pessoas fatais. Atualmente a comunidade é composta por cerca de 100 moradores. Como aconteceu na maior parte da região, pó volta de 1980, iniciou o êxodo rural. Situação que começou a ser revertida a partir de 1998, com a instalação de aviários, chiqueirões e criação de gado de leite, que tomam conta da paisagem da localidade. É intenso o trânsito de caminhões que diariamente transportam rações e frangos. O Expresso Azul mantêm uma linha de ônibus que diariamente liga a localidade com Lajeado e Progresso. Entre eles, está o casal Almiro (71) e Erica Tatch Kern (73) que residem á beira da estrada há cerca de dois quilômetros do centro da vila. “Aqui tinha muito movimento, pois o pessoal se encontrava nos cultos e na casa comercial de Aloísio Birckeuer. Criamos oito filhos, apenas um continua conosco”. Mesmo com poucos moradores os Kern destacam que é bom viver no local. “São diversas promoções sociais que atraem muita gente de fora, como o futebol, baile de kerb, festas e chás das mães e muito trabalho”, relata Erica. As entidades que se mantêm em atividades são o Esporte Clube Juventude, Clube de Mães Margaridas e a Comunidade Evangélica.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

XAXIM, DISTRITO DE PROGRESSO


Dificilmente alguém na região ainda não ouvi falar sobre a localidade de Xaxim distante a doze quilômetros do centro de Progresso. As festas, os torneios de futebol, bailes, trilhas de jipe e a produção de frango são algumas das atividades que colocam em destaque esta localidade. A história de Xaxim remonta a 1905 quando chegaram os primeiros moradores como Afonsinho Gomes, João da Silva e as famílias Tomaz, Ledur, Lazzaron e Pontin. Depois é claro vieram outros como os Morari, Calliari, Simonetti, Battisti, Giovanela, Talini, Mafassioli, Vivian, Cavalli, e tantos outros. Como bons italianos, uma da primeiras providências foi construir uma capela em honra a Nossa Senhora do Bom Parto. Isto foi lá por volta de 1920. A escola foi inaugurada em 1925. Atualmente a Escola Estadual José Pretto, fundada em 1958 é o referencial da educação na localidade. A antiga estrada entre Lajeado e Progresso e que passa pela comunidade ainda é percorrida por pessoas que se deslocam a Linha Orlando, Rui Barbosa e Selim. Uma linha de ônibus do Expresso Azul mantêm este trajeto diariamente. A denominação Xaxim segundo os moradores se refere as partes mais altas, onde predomina no mato o Xaxim. Uma das figuras carismática da localidade é Teodósio Zonatto. Com sotaque italiano carregado está sempre aposto para receber os visitantes, principalmente em eventos como a Festa do Frango, do Vinho ou da Padroeira. A propósito, em termos de eventos a comunidade se destaca pelos torneios de futebol organizados pelo Esporte Clube Flamengo e Associação Amigos da Bola e as festas do clube de mães. Também os encontros de jipeiros e trilheiros atraem pessoas de todo o Estado que vão a Xaxim curtir a natureza e o clima de montanha. A altitude é 700 metros e no inverno a geada e a neve são algo comum no local. Alguns fatos que entraram para a história da comunidade: Em 1923 chegou o primeiro carro. Era uma camionete Chevrolet, de propriedade de João Pontin, que pela inexistência de estradas foi puxada por uma junta de bois desde Gramado Xavier. No centro do distrito, que ainda possui telefones com ramal, a Casa Comercial Girardi é local para se colocar as conversas em dia, tomar o ônibus ou realizar compras. Abílio Girardi, há cinquenta anos mantêm o comércio atualmente tocado pelo filho Gerson e família. O tradicional caderno do fiado ainda funciona no armazém. Fica bem próximo a imponente igreja católica, um dos cartões postais da localidade.
A partir da década de 1980, quando houve a saída de diversas famílias para centros maiores, o distrito retrocedeu um pouco mais logo deu a volta por cima. Hoje é um dos maiores produtores de frango da região. Já são mais de 150 aviários em funcionamento e alguns em instalação. “Aqui o nível de vida é muito bom. O pessoal tem casa boa e trabalha muito. Já temos até Internet. O turismo de aventura também já é realidade por aqui. Nosso sonho ainda é a ligação asfáltica com a RS 423, que passa a oito quilômetro de Xaxim”, projeta o comerciante Gerson Girardi.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

LINHA PERAU - MARQUES DE SOUZA


Um lugar no Vale

Linha Perau, Marques de Souza


Dificilmente alguém na região ainda não ouviu falar na Linha Perau. Seja pelo esporte, pelas festas ou ainda pelos campings instalados ás margens do rio Forqueta. Com localização estratégica, próxima a BR-386, a localidade fica á dezesseis quilômetros de Lajeado e a seis da sede de Marques de Souza. Mas a história da comunidade não é recente. Lá pelo ano de 1870, chegavam os primeiros imigrantes. Ainda são lembrados as famílias de pioneiros como Hübner, Beuren, Schmidt, Deves, Dresch, Conrad, Ventz e Fritz. “No início éramos a única ligação de Lajeado com Soledade, pois não existia a BR-386”, relata a professora Dulce Griesang Lammers, que juntamente com o esposo Nilo e a mãe Leonida relembram muitas histórias da comunidade. De acordo com eles, a Casa Comercial Alebrandt era onde as pessoas se encontravam para realizar negócios. Também havia o Salão Auler, local de festas, hoje em ruínas. A estrada de chão, que até por volta de 1960 serviu como principal ligação com a região alta, servindo também como passagem de tropas de gado, foi construída pela força braçal dos colonos. Há 70 anos a ligação para Forqueta em Arroio do Meio, no outro lado do rio era feita através de uma barca. Hoje existem duas pinguelas para a travessia. O primeiro telefone e o primeiro carros foram adquiridos por Albino Bruch em 1945. Outro fato marcante foi a construção da escola, com tijolos e mão de obra doados por Albino Bruch, Alfredo Bruch e Ervino Griesang. Conforme o empresário, Heitor Bruch (57), seu pai Albino, já falecido, lhe relatou que a estrada, ainda hoje de chão batido, era a única ligação de Lajeado com Soledade. “Com a enchente ficou interrompida por vários dias. O comissário Heitor Dias Batista, de origem lusa, passava pela localidade ficando sem ter como ir até Lajeado. Tentou pedir um cavalo emprestado, mas como era proibido falar em alemão por causa da guerra, não foi ouvido por ninguém, pois o pessoal tinha medo de falar com ele. Até que meu pai, lhe disse: aqui o pessoal só fala na língua alemã e tem medo do senhor”, relata. Batista indagou se na escola local não ensinavam português. Albino respondeu que não havia escola na localidade. Espantado, Batista solicitou um cavalo à Albino, indo a Lajeado pedir imediatamente a instalação de uma escola. Surgia a Escola Particular Pero Vaz de Caminha e com ela a primeira edição da Septemberfest em 1942. O evento hoje é coordenado pela Associação de Moradores de Linha Perau que tem como presidente, Élson Griesang (32). A escola encerrou as atividades há cerca de quinze anos, mas a tradição da festa de setembro continua. Atualmente a comunidade conta com cerca de duzentos habitantes que se dedicam a suinocultura, avicultura, comércio de pedras preciosas, tendas coloniais, atacado de alimentos e agroindústrias, com destaque para a produção de embutidos. No lazer, o baile do porco e a septemberfest atraem milhares de pessoas assim como os campings do Germano e Riacho Doce no Rio Forqueta. Moradores de Lajeado também optam pelo lugar com a instalação de sítios para o lazer aos finais de semana. Um dos orgulhos da comunidade é ser terra natal do atual prefeito Rubem Kremer e do ex-prefeito, já falecido, Deonilo Bazzo. A atual rainha da Expomarques, Daiane Bazzo também reside na localidade.
TEXTOS E FOTOS: ALÍCIO DE ASSUNÇÃO

sábado, 7 de novembro de 2009

BAUERECK - FORQUETINHA


A localidade está localizada á quatro quilômetros do centro da cidade e se destaca por ser uma área essencialmente agrícola e residencial, cortada pelo arroio Forquetinha e que abriga também o Parque de Exposições Cristoph Bauer. Conta os historiadores que no Vale do Forquetinha havia uma linha “ Schneise “, “ Pikade”, onde moravam várias famílias Bauer lá pelos idos de 1880. Foi daí que surgiu o nome Bauereck, que na tradução para o idioma português quer dizer a localidade dos Bauer ou seja o rincão dos Bauer. Entre as famílias pioneiras também estão os Reisdörfer, Bündchen, Schwanbach, Strassburger, Winter e Jung. Um dos primeiros moradores foi Christoph Bauer, que chegou a localidade vindo de Picada Café. Construiu sua casa onde hoje é a propriedade de Arno Walter Auler. Christoph, além de agricultor, por volta de 1885, também atuou como professor lecionando em sua própria casa, para os filhos dos pioneiros que haviam se estabelecido em pleno mato fechado a partir de 1880. Com esta nobre missão de ministrar aula, contribuiu com a vida educacional, cultural e religiosa dos filhos nesta nova colônia alemã a “ Deutsch Kolonie”. Na época os pais não admitiam que os filhos ingressassem na fileira dos analfabetos. Pagavam por conta o professor escolhido entre os moradores para assumir essa função, geralmente pessoa com melhores condições. Deveria ter alguns princípios e normas como conduta moral e religiosa exemplar, ter preferência e aptidão para música e canto, ministrar aulas de religião e doutrina, entre outras.
Na sua própria casa, Cristoph Bauer ministrou aula até por volta de 1890. Neste ano construíram a primeira escola do Baureck, lado direito do arroio Forquetinha, em frente o cemitério do Bauereck. Esta foi construída pelos pais, uma escolar comunitária “ Gemeindeschule” sendo que o próprio Christoph Bauer ajudou a construir. A partir deste ano, na escola nova, um novo professor assumiu.
Christoph Bauer além de seu trabalho como agricultor e colaborar como os primeiros moradores lecionando por alguns anos e também investiu no setor industrial, instalando uma olaria de tijolos. Nesta olaria, em 1896, morreu acidentalmente seu filho Karl Bauer.
Christoph Bauer, como a maioria das famílias que vieram do Vale do Caí e dos Sinos para o Vale do Forquetinha, tiveram a influência do pastor Ernst Hermann Doebber, que também era professor e que a partir de 1869 vinha esporadicamente para Conventos. Em 1879 o pastor foi morar definitivamente em Forquetinha e a partir daí nota-se que dezenas de famílias que ele atendia no Vale do Caí e algumas no Vale do Forquetinha, Colônia de Forquetinha e Nova Berlim da Forquetinha passaram a ser atendidas no Bauereck, fazendo com que mais pessoas viessem morar no local. Outro morador que faz parte da história da localidade foi Johann Karl Taffe conhecido como Karl Taffe Fº, filho de Karl Taffe e Philippine Haas. Casou aos 18 anos, em Forquetinha com Maria Elisabeth Musskopf, nascida em 1867, em Bom Jardim. Manteve por muitos anos a Casa Comercial Taffe com moinho, abatedouro de animais, comércio e transportes de cereais, além de produção de laticínios. Era proprietário também do Salão Taffe onde se realizam os bailes de corais. A comunidade também foi sede do Clube de Tiro. Na enchente de 1919 uma tragédia enlutou a comunidade. A família Goerk, pai, mãe e filho, foram vitimas pelas águas do Arroio Forquetinha. Hoje a comunidade se diverte nos eventos proporcionados pelos Corais Amoroso e Cruzeiro e a Sociedade 15 de Novembro.
TEXTOS E FOTOS: ALÍCIO DE ASSUNÇÃO