domingo, 22 de agosto de 2010

LINHA BASTOS - MARQUES DE SOUZA






A localidade está situada há cerca de cinco quilômetros da sede do município, fazendo divisa com Linha Orlando e Tamanduá, ás margens da BR-386 e cortada em toda a sua extensão pela antiga estrada municipal que ligava Lajeado a Soledade. Um lugar muito atraente, de um lado morros verdejantes, de outro o Rio Forqueta e as várzeas que compõe um dos vales mais férteis do Brasil. De acordo com o historiador José Alfredo Schierhold, a localidade foi fundada em 1879 pela empresa Bastos, Klenzen & Cia. Entre os primeiros colonizadores se destacaram remanescentes dos Muckers. Entre os atuais 150 moradores está a família Stacke. Alcírio (63), Dárci (62), Cristiane (28) e Claudione (33) afirmam que a localidade é muito boa para se viver. “Estamos perto de tudo, á beira do asfalto, e com terras muito boas em que se plantando tudo dá”, afirma Alcírio que é muito atuante com sua esposa na comunidade, sendo também porta bandeiras da Sociedade de Cantores Unidos, o grupo de canto da comunidade, que é composto por doze integrantes e que foi fundado em 24 de fevereiro de 1965. O regente da entidade é Renildo Müller e o presidente, Sérgio Röhrig. Alcírio também preside a Sociedade de Água, que abastece trinta e cinco famílias. A esposa Darci recorda com muitas saudades os bailes do salão de Raimundo Stacke. “Era um local muito bom e a gente se divertia muito”. Os encontros de final de semana, para o carteado e a bocha, acontecem na Sociedade Unidos. A Escola Municipal Antônio Bastos foi desativada em 1994. Hoje os estudantes se dirigem a sede e Tamanduá. Na economia os destaques de Linha Bastos estão na produção primária, com o cultivo de hortifrutigranjeiros, cana de açúcar, milho e soja, as agroindústrias Gross, na produção de carnes e Costa Nobre com a produção de cachaça artesanal e melado. No lazer o Camping do Palm Hepp foi um dos primeiros da região, criado há mais de vinte anos. Atingido pela enxurrada de 4 de janeiro, em breve deverá voltar a receber veranistas de todo o Estado. A festa dos Corais realizada anualmente atraiu grupos de canto de toda a região. Um grupo da terceira idade deve ser criado em breve na localidade que também é servida pelo serviço de internet via rádio. Entre os moradores atuais estão as famílias Stacke, Hepp, Kohlrausch, Mertz, Bruch, Gross, Keller, Neitzke, Heifler, Santos, Castro, Wassen, Brenner, Haustein, Mallmann, Kraemer, Lohmann, Kunz, Oliveira, Lazzaron, Xavier e outros.



Fotos Alício de Assunção

sábado, 14 de agosto de 2010

TIRIRICA - PROGRESSO





Situada há cerca de seis quilômetros da sede do município, a localidade é acessada
pela RS-423, de onde se distância quatro quilômetros por estrada não pavimentada. De acordo com pesquisa realizada pelo Frei Albano Bohn, os primeiros moradores foram João Dell`Osbel e Catarina Salton Dell`Osbel, vindos de Alfredo Chaves, hoje Veranópolis. A primeira imagem de Nossa Senhora do Rosário, padroeira da comunidade, presente na igreja católica foi doada por Longino Dell`Osbel. A capela e depois uma igreja foram construídas por volta de 1900. O catecismo era lecionado no dialeto Vêneto por Catarina Salton Dell`Osbel. O primeiro professor foi José Dalbosco que atendia os alunos em sua casa por volta do ano de 1906. Henriqueta Brusqui Casanova é lembrada como catequista da localidade. A atual igreja católica foi inaugurada em 1984. Já o salão comunitário foi inaugurado em 1989. Como a maioria das pequenas localidades interioranas da região, Tiririca ao longo do tempo foi perdendo moradores. Atualmente abriga quarenta e duas famílias integradas por cerca de 150 pessoas. Entre eles o casal Gema Regina Dell`Osbell Berté (77) e José Berté (79). Gema é filha Longino Dell`Osbel, um dos primeiros moradores. Diz gostar muito da localidade. “Criamos onze filhos com muito sacrifício, mas que foram bem encaminhados e jamais pensamos em sair daqui”. O casal reza diariamente o terço para Nossa Senhora e como bons descendentes de italianos não dispensam um copo de vinho. Rodeada por morros e araucárias a localidade tem sua economia atual baseada no setor primário com destaque para a produção de fumo, leite e aves. Um dos pontos de encontro dos moradores ao final da tarde é a casa comercial de Casemiro Casanova, onde segundo ele, se encontra um pouco de tudo. A sede do Esporte Clube Cruzeiro é o local onde a juventude se reúne para os campeonatos de futebol amador. A Escola Municipal Felipe Camarão, por falta de alunos, acabou fechada no início deste ano. Nos eventos que atraem visitantes e ex-moradores estão o baile do fumo e a festa do clube de mães. Sobre o nome da localidade, os moradores não sabem a origem. “A tiririca é uma erva daninha, um inço, só que por aqui não existe. Não sei de onde saiu este nome”, indaga dona Gema.
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domingo, 8 de agosto de 2010

LINHA MARIANI - POUSO NOVO






Á cinco quilômetros da sede do município, numa estreita faixa entre o rio Fão e a BR-386, está Linha Mariani, um dos marcos iniciais da colonização italiana de Pouso Novo. Conforme pesquisa realizada pelo Frei Antônio Luiz Mariani, por volta o ano de 1904, seus avós Gisberto e Luiza Peroni Mariani saíram de Nova Milano, hoje Farroupilha em busca de terras férteis. “A cavalo, percorreram durante quarenta dias os municípios de Garibaldi, Estrela, Lajeado e chegaram até Nova Berlin da Forqueta, atual Marques de Souza. Dali subiram em direção a Pouso Novo, adquirindo terras onde hoje é Linha Mariani. Com eles o filho Maximino, com apenas quarenta dias de idade. Não compraram terras junto ás várzeas de Marques de Souza com medo das inundações do Rio Forqueta”, registra. Assim iniciava a existência da localidade, onde se alojaram em uma barraca. Após iniciar uma roça e plantar um parreiral construíram uma casa, com cantina, ferraria, paiol, chiqueiro, alambique para fazer cachaça de graspa de uva, pipas e uma barca e canoa para transpor o rio Fão. “Viveram na localidade até 1918 de onde se transferiram para Navegantes, próximo a Forqueta Alta. Ali construíram um moinho colonial e viveram todas suas vidas”, afirma Luizinho Mariani, bisneto de Gisberto e Luiza e atual secretário de administração de Pouso Novo. “Se hoje estamos aqui, é graças ao espírito audacioso destes pioneiros que enfrentaram todo o tipo de dificuldades naquela época”. Durante muitos anos a localidade serviu como ponto de referência, pois por ali transitavam comerciantes ambulantes, mascates e tropeiros que transportavam gado entre Lajeado e Soledade. De acordo com o morador Armindo Guerra (60), que nasceu e ainda reside na localidade, entre os pioneiros também estão as famílias Perotti, Salvatori e Zeni. Sua residência atual, construída em 1906, foi herdada dos avós Miguel e Albina Guerra e pertenceu a família Mariani. “Hoje não temos mais nenhum morador com o sobrenome Mariani por aqui, mas foram eles que iniciaram tudo o que temos neste lugar maravilhoso para se viver”. Armindo recorda da época em que jogava futebol aos finais de semana. “Passávamos a nado pelo rio Fão em direção a Vasco Bandeira, onde atuava na equipe do São José entre 1965 e 1970”. Traços da imigração italiana como a religiosidade estão marcadas no Capitel com a imagem de Nossa Senhora de Caravággio, padroeira da localidade”. Cerca de cinquenta moradores, entre eles as famílias Conpagnoni, Guerra, Valezzan e Bottega, ainda permanecem em Linha Mariani, atuando na avicultura e criação de gado leiteiro. A enchente de janeiro deste ano acabou destruindo o camping ás margens do rio Fão.