domingo, 7 de novembro de 2010

ARAGUARI - FORQUETINHA





Conhecido desde 1896, com a chegada dos primeiros imigrantes alemães, como Neu Deustschland, ou seja Nova Alemanha, a localidade situada á cerca de doze quilômetros da sede do município, recebeu a denominação de Araguari, em função da segunda guerra mundial em 1945, quando foram proibidos nomes estrangeiros. Conforme o historiador e hoje prefeito do município, Waldemar Richter, o nome Araguari é de origem indígena e foi imposto pelo governo federal. Próximos da localidade, também existem comunidades com nomes de Araguari, em Canudos do Vale e Sério. De acordo com pesquisas de Richter entre os primeiros colonizadores constavam sobrenomes como Leonhardt, Ludwig, Mayer, Radtke. Há registros de colonizadores, como a família Dhamer, chegando por volta de 1896, na região mais baixa da localidade. Já no alto das montanhas, um grupo de famílias aportou em 1910. A Escola Municipal Castro Alves funcionou até a década de 1980. João Ivo Bald, hoje com 82 anos, foi um dos primeiros professores.
A economia atual se baseia na produção primária, com destaque para o cultivo do milho para silagem, fumicultura, criação de gado leiteiro e chiqueirões. A altitude em torno de 400 metros acima do nível do mar proporciona, além de temperaturas amenas, a visualização de belas paisagens, especialmente da região cortada pelos Arroios Nova Alemanha e Forquetinha. Por ser uma região montanhosa, existem dificuldades para captação de sinais de internet e celular. Cerca de trinta pessoas residem na localidade, entre elas as famílias Prass, Müller, Veruck, Heid, Bald, Radtke e Ludwig. A fé é professada na única igreja da localidade. Construída em estilo enxaimel, uma característica da cultura alemã, a Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), realiza cultos mensais. O ponto de encontro da comunidade para festas, reuniões e bailes é a Sociedade Neu Deustschland, fundada em 1916 e que teve como primeiro presidente, Fhillip Bast.
Uma propriedade rural chama a atenção na localidade de Araguari. A família Quinot composta por cinco pessoas alia tecnologia com produtividade através de uma administração considerada modelo no município. Os Quinot se especializaram em produzir leite e fumo cultivado de forma orgânica sem uso de elementos químicos. Um plantel de 40 vacas produz, em média, 350 litros de leite diariamente além do mais recente investimento, um chiqueirão com 500 suinos. Na lavoura de fumo foram colhidos na última safra 70 mil pés. Todo o fumo colhido neste ano é orgânico. “Não é utilizado nenhum produto químico, como adubo ou venenos. Tudo tem que ser de forma natural. A adubação é feita com o esterco das vacas e não é usado nenhum tipo de veneno", relata Sérgio que colhe também os resultados na hora de comercializar o tabaco. “Este fumo, embora dê mais trabalho em função de termos que capinar as ervas daninhas e inços vale cinquenta por cento a mais que o preço pago pelo fumo tradicional”. Cinco pessoas trabalham na área: Sérgio e a esposa Loiva, um filhos solteiro Marcelo, e o filho André, casado com Cristiane. Com eles mora ainda o neto Gabriel, de 6 anos. “Nasci aqui, apostamos na localidade e não trocamos Araguari por nenhum outro lugar. Aqui é ótimo para viver”, afirma Sérgio.