sexta-feira, 29 de abril de 2011

LINHA PILÃO BAIXO - COQUEIRO BAIXO

O trecho de quatro quilômetros da estrada de chão batido que liga a localidade com a vizinha Arroio da Laje, a medida que é percorrido, vai tornando-se cada vez mais estreito, como se o caminho fosse terminar, assim como se anunciasse o prenuncio de que o lugarejo, que conta com cinquenta moradores, esteja também próximo do fim. Pelo caminho, dezenas de roças e casas abandonadas. "Isto aqui virou terra de aposentado e muito mosquito, de bom mesmo somente o clima e a proximidade com o Rio Forqueta", exclama o morador José Luiz Teixeira (61), que ao lado da esposa Célia (57), possuem uma propriedade no local. "A comunidade já foi forte, mas isso é coisa do passado, com muito sacrifício criamos nossos seis filhos que foram embora para trabalhar em restaurantes, como a maioria dos jovens da região. Está tão difícil, que em alguns finais de semana, não conseguimos reunir duas duplas para jogar bocha na cancha da comunidade", lamenta o agricultor. Em pé, além de uma dezena de casas, está a igreja católica, pertencente a Paróquia de Relvado e que homenageia o padroeiro São Roque na tradicional festa em agosto. As famílias Cantu, Barbieri e Ongaratto integraram o grupo de imigrantes que iniciaram a colonização por volta de 1910. Foram eles que montaram um monjolo tocado a água para socar o arroz com um pilão pequeno, daí surgindo o nome da localidade. Por muitos anos, um moinho colonial pertencente a Rodolfo Teixeira, além de alambique e serraria, movimentavam a localidade. Na economia atual, a maioria dos agricultores dedicam-se ao plantio de milho e criação de gado e suínos.
Entre os moradores atuais aparecem os sobrenomes de origens italianas e luso brasileiros como Ongaratto, Teixeira, Zambiazzi, Cardoso, Barbieri, Faccioni, Ziani, Teixeira, Silva, De Carli, Valmórbida, Degásperi e Rosa. A distância com a sede do município é de dezoito quilômetros. Para se comunicar com outras localidades, somente via celular.

sábado, 23 de abril de 2011

BARRO PRETO - POUSO NOVO

Cerca de oitenta moradores habitam a pequena comunidade localizada ás margens da BR-386 em direção a Soledade e a sete quilômetros da sede do município. Entre estas, aparecem sobrenomes como De Gásperi, Ferrari, Amaral, Freitas, Maia, Cardoso, Zanatta, Bonacina, Trombini, Radaelli, da Rosa e Bianchini.
A origem do nome da localidade, de acordo com o morador Domingos Tonello (73), deve-se aos tropeiros que transitavam pela região por volta de 1900. “Quem relatou para mim foi José Timóteo da Rosa, já falecido. As tropas vinham de Soledade e Passo Fundo rumo a Lajeado e Arroio do Meio. Aqui era um ponto de parada, pois tinham que transpor um banhado grande e com barro escuro. Logo surgiu a denominação de Barro Preto para identificar o lugar.” Tonello também recorda da época das grandes safras de feijão e soja. “Nas décadas de 1970 a 1980 faltavam caminhões para transportar nossa produção, porém as propriedades foram desaparecendo e hoje o pessoal se dedica a avicultura, suinocultura e produção de leite. O mato toma conta de tudo”, resigna-se. Jovens filhos de agricultores após concluírem o ensino médio partiram em busca de melhores condições de vida. Hoje eles atuam como comerciantes, proprietários de restaurantes e bancários em Porto Alegre e São Paulo. A fé católica, herança dos imigrantes italianos é manifestada na igreja da comunidade Nossa Senhora do Caravágio que tem na retaguarda o trabalho de moradores liderados por Adão Maia e Marcio Griztzenko. As missas são rezadas uma vez por mês pelo padre Nelson Müller da Paróquia Santo Antônio de Pouso Novo. A tradição das capelinhas se mantêm, percorrendo as residências mensalmente. Aos domingos, quando não ocorre missa, as famílias reunem-se na igreja para rezar o terço. “Somos uma comunidade de muita fé”, atesta Tonello. Durante o ano, eventos festivos como a festa do clube de mães, de São Miguel e da padroeira Nossa Senhora do Caravágio, além do tradicional baile do feijão no salão comunitário, animam a localidade, atraindo visitantes de toda a região. O telefone celular é o meio de comunicação da comunidade. Armazém para abastecimento de produtos de primeiras necessidades são encontrados na vizinha Picada Taquari. “É um ótimo lugar para viver, só temo o futuro, pois a população diminuiu a cada ano”, afirma Tonello.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

LINHA GARIBALDI - COQUEIRO BAIXO

Em 1895 chegavam os pioneiros da colonização desta localidade situada á cerca de dez quilômetros da sede do município e na divisa com Três Saltos Alto em Travesseiro. Eram os descentes de imigrantes italianos, Luiz e Eluisa Bettio, Luis Salami, Paulo Chimim, Andréa Legramanti e Ana Legramanti, oriundos do município de Garibaldi, daí resultando a denominação da localidade. Já em 1900, a comunidade recebia os imigrantes Paulo e Jemira Boni, vindos de navio da Itália. Durante a viagem nasceu o filho Colombo Boni. Em 1930 foi construída a escola José Garibaldi. A primeira professora foi Dona Carmela, depois atuaram Carmelina Antônia Conzatti Biazibetti, Neuza Maria Zanatta e outras. São Caetano foi escolhido como padroeiro da comunidade católica. João Morelli foi o primeiro padre a oficiar uma missa, conforme pesquisa realizada pela professora Neusa Maria Zanatta. Das dificuldades iniciais, quando os colonizadores abriram picadas á facão para se estabelecer no local, muitas coisas mudaram na vida da comunidade. O êxodo rural também mexeu na população local. Dos cerca de trezentos habitantes na década de 1980, hoje restam em torno de cem moradores, representados por vinte e cinco famílias, todas associadas a comunidade católica, onde aos domingos mantêm a tradição de freqüentar as missas rezadas pelo padre Gaspar Goldschmidt ou ministros de eucaristia. Equipe tradicional de futebol, o Esporte Clube Juventude está desativado, pela falta de jogadores. De recordação apenas a praça de esportes e os bons tempos das tardes esportivas que atraiam centenas de pessoas. Famílias residentes na localidade, mantêm hábitos gastronômicos herdados dos imigrantes como polenta, queijo, radicci ou ainda bebidas como graspa e vinho. Os encontros para discutir os problemas comunitários e lazer ocorrem aos finais de semana no salão comunitário. Lá também se festejam o padroeiro São Caetano e Nossa Senhora do Caravággio e o jantar baile da comunidade, eventos que atraem pessoas de toda a região e também ex-moradores, que a exemplo de outras localidades, se estabeleceram com churrascarias em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Foz do Iguaçu. Na economia o destaque para a avicultura e plantações de milho. Entre os produtores estão Moacir Pedó, Marinete Kich, Luis Felipe Pedó, Erni Araújo, Leda de Araújo e a nona Romilda Pedó de 85 anos. Ela é filha do imigrante Albino Pedó que chegou à localidade em 1924, juntamente com os pais e outros dezessete irmãos. “É bom morar aqui. Produzimos para nosso sustento, a família toda se envolve na avicultura e entendo que não me adaptaria na cidade. Aqui é meu chão e sinto-me feliz”, afirma Moacir Pedó. As comunicações são por telefone com ramal, mas a maioria dos moradores já portam telefones celulares. Na localidade também residem as famílias Betti, Conzatti, Zanatta, Soldi, Boscaini, Pedó, Boni, Viécelli e Maffi.

sábado, 9 de abril de 2011

ARROIO BONITO - COQUEIRO BAIXO

O próprio nome define a localidade. Além do arroio com suas águas cristalinas, tudo parece bonito na pequena comunidade que conta com apenas cinquenta moradores. O por do sol, as manhãs com intensa neblina e os verdes potreiros, rodeados por cercas de pedras, e que sustentam gados de corte, compõe a bela paisagem deste lugarejo localizado a oito quilômetros da sede do município. Isto sem falar da gruta de Nossa Senhora de Lurdes com seus quatro metros de fundos e 112 metros de comprimento. A propósito, o local é visitado durante todo o ano por pessoas de toda a região e foi descoberto pelo morador Pedro Alles. Em 1975, com missa rezada pelo padre Antônio Stella, a gruta foi aberta para visitação. O acesso á localidade é por estrada não pavimentada, mas em boas condições. Conforme informações vinculadas na obra História de Nova Bréscia, foi no ano de 1940 que chegaram os primeiros moradores. Pedro Ales, José Martini, Nani Martini, Abramo Daniel e as famílias Dalmoro e Valandro foram os desbravadores. Em 1942, Teófilo Toldo construiu a primeira igreja. A primeira missa foi rezada pelo padre Elvino Puhl. São Pedro é o padroeiro da comunidade. A Escola São Pedro, já desativada, teve como professores Gema Gonzatti, Benildo Valandro, Santina Paulazzi, Elma Zanatta, Ilda Zambiazzi, Gema Zanatta, Lurdes Vian, Marinês Senter e Nelci Agostini. Atualmente a comunidade professa sua fé na igreja construída em 1984. Ao lado estão a torre da primeira igreja com o sino que ainda badala em dias de missa e o salão comunitário, palco de grandes eventos como a festa de São Pedro, em junho e a de Nossa Senhora de Lourdes em Fevereiro. A maioria dos moradores se dedica a produção de aves, leite, fumo e milho. Entre eles, Ari Martini, que junto com a esposa Lurdes e os filhos Claudio e Marcos administram uma propriedade rural. "Imagino que na cidade não poderíamos nos dar tão bem. Aqui, embora longe do movimento conseguimos tocar a propriedade. Além disso, o lugar é muito bom para viver.  Nasci aqui e não pretendo me afastar do lugar", afirma. Os filhos concluíram o segundo grau e pararam de estudar. "Quero especializar-me no agronegócio, quem sabe um curso técnico, para que possamos acompanhar a evolução da agricultura", projeta Claudio. O telefone com ramal ainda é utilizado, embora a maioria da população tenha telefone celular. As capelinhas e o terço semanal, assim como a via crucis nesta época são marcas da religiosidade da comunidade, que recentemente sediou as missões populares.   Entre os sobrenomes de famílias que residem na localidade, são citados Pedó, Martini, Bettio, Ximenes, Delazzeri e Bertol,entre outros. 

sábado, 2 de abril de 2011

LINHA SANTO ISIDORO - COQUEIRO BAIXO

Para algumas pessoas, a localidade é conhecida como Linha São Luiz, para outros a comunidade chama-se Linha Santo Isidoro, em alusão ao padroeiro que é homenageado com imagem na pequena igreja católica, uma das poucas edificações que ainda restam no lugarejo localizado a quatro quilômetros da BR-386, a nove da sede do município e próximo ao rio Forqueta. Habitado por vinte e sete famílias, a localidade já abrigou mais de duzentos habitantes e como a maioria de lugares fundados por imigrantes italianos, viu seus filhos partirem em busca de melhores condições de vida. Em São Paulo, Porto Alegre, Salvador, Rio de Janeiro, Lajeado e Portugal encontram-se os Matuela, Kruger, Pruvinelli, Vian, Ferla, Zanatta, Catto e outros, proprietários de famosas churrascarias. A história de colonização da comunidade teve início por volta 1918 com a chegada das famílias de Francisco Muncio Compagnoni, André de Gasperi, João Fachi, Luis Kruger e Marino Pruvinelli, Pino Marta e Francisco Maffissoni, oriudos de Roca Sales e Garibaldi. A primeira igreja foi fundada em 1935 por Francisco Compagnoni e Etore Baggio. A primeira escola foi fundada em 1940 por Marino Pruvinelli e Francisco Compagnoni. Já a escola desativada há cerca de dez anos foi construída Albino Compagnoni, Etore Bassegio, Fiorindo Basségio, Pedro Catto,Guerino Matuella, Olímpio Ferla e Alfredo Locatelli. A igreja atual foi construída por Albino Muncio Compagnoni, Emilio Pruvinelli, Nicodemo Catto e Gentil Postal. Estes dados foram citados em pesquisa realizada em 1985 por Vilson Catto e Genoíno Defendi. Atualmente os poucos moradores que permanecem na localidade apostam no reflorestamento, produção de gado de leite, aves e porcos. Entre eles, a família Pruvinelli. Diego (22) e Marino (13), bisnetos do fundador Marino Pruvinelli, residem com os pais, mantendo uma propriedade com aviários, chiqueirões e produção de leite. “Conclui o segundo grau e retornei para casa, pois vejo que vale apena apostar no agronegócio. Ainda pretendo investir nos estudos nesta área”, afirma Diego. Já o pequeno Marino, freqüenta o ensino fundamental em Coqueiro Baixo. “Também pretendo ajudar a manter a propriedade, tenho interesse pela produção de leite”, destaca. Para os poucos jovens que permanecem ali, o divertimento são os jogos de futsal em Barra do Fão, há dois quilômetros ou na sede do município. As festas de Santo Isidoro, em maio, e Santo Antônio em junho, atraem centenas de ex-moradores. O bom sinal de celular e estradas em condições facilitam a vida dos moradores. Uma das tradições da localidade, que integra a rota dos capitéis, é a visita da capelinha, de casa em casa. As missas acontecem uma vez por mês, mantendo a religiosidade dos imigrantes italianos.