sexta-feira, 23 de setembro de 2011

LINHA DIVISA - POUSO NOVO

A pequena comunidade constituída por não mais que cinquenta moradores localiza-se num dos pontos mais altos do município, a quase seiscentos metros de altitude, na divisa com São José do Herval, daí a origem da denominação. A temperatura amena no verão e gelada no inverno, associada ao relevo acidentado, cortado pelo Rio Forqueta, formam um belo cenário, atrações para os olhos de quem circula pela BR-386, que passa no centro da localidade. Os primeiros indícios de habitação remontam ao ano de 1900, quando passavam pelo local os tropeiros que conduziam gado de Soledade para a região. O cemitério é um dos mais antigos da região, com pessoas sepultadas há mais de oitenta anos. Conforme a moradora e produtora rural Genir Formenton Meneghetti, que já atuou como professora, a comunidade embora pequena é muito unida e vive pacificamente, trabalhando e freqüentando a capela, onde o padre Nelson Müller, da paróquia de Pouso Novo, reza as missas mensalmente, e nos momentos de lazer no salão comunitário, onde ocorrem os bailes do Frango e de Natal e a festa do padroeiro Santo Antônio. Ao lado do esposo Elio e do filho Felipe, que todas as noites desloca-se para cursar administração na Universidade de Passo Fundo, no campus de Soledade, eles tocam a propriedade produzindo frango e investindo também no reflorestamento. A suinocultura também está presente na comunidade. Um pequeno comércio de propriedade de Adair Bonacina, atende as necessidades básicas da comunidade e dos usuários da BR-386. A telefonia está presente em praticamente todas residências, pelo telefone celular. Um prédio em ruínas atesta a existência da Escola Santo Antônio, desativada há 18 anos. Por ela, passaram, entre outras, as professoras Henriqueta Zenn, Maria Pretto Colussi, Tarezinha Colussi e Joveli Paludo. “Com o fechamento da escola, acabou-se a ligação das pessoas com a comunidade, que a partir daí, parou de crescer e com isso muitos acabaram indo embora, principalmente os jovens”, observa. Arlindo Antuntes é o presidente da comunidade. Entre as famílias atuais aparecem os sobrenomes Meneghetti, Piovesani, Bonacina, Castoldi e Cristófoli.

domingo, 18 de setembro de 2011

ARROIO ABELHA 2 - FORQUETINHA




A localidade está situada na divisa entre os municípios de Forquetinha e Sério. Leva a denominação de Arroio Abelha 2 para diferenciar das localidades homônimas (está certo?) Arroio Abelha I, em Forquetinha e Arroio Abelha em Sério. Todas são próximas, separando-se pelo arroio que passa pelas comunidades. De acordo com o historiador José Alfredo Schierholdt, o manancial é afluente do arroio Alegre. “A igreja evangélica está mencionada no Diccionário Geographico, Historico e Estatistico do Estado do Rio Grande do Sul de Otávio Augusto de Faria, de 1914. O primeiro batizado feito por pastor de Conventos foi em 10-2-1890, de Ana Scheidt, filha de Carlos Scheidt e Guilhermina Fülber.” De acordo com o historiador a listagem de eleitores de Estrela, em 1890, não separou as linhas Abelha e Alegre, mas as dividiu no 10º quarteirão eleitoral, com 19 eleitores e 11º quarteirão eleitoral, com sete eleitores, entre eles Bernardo Schmatz, Cristiano Luft, João Pedro Schmitz Filho, Jacó Schmitz, João Franscisco Bourscheidt, Luís Melchior e Martim Bourscheidt. Também entre os pioneiros aparecem os sobrenomes Sontag, Silgher, Hoppe e Heid.
Atualmente 80 pessoas residem na localidade, a maioria associada a Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB). A igreja foi inaugurada em 1966, sediando cultos uma vez a cada mês pelo pastor Jair Dragon. Chama a atenção o fato de que há cerca de vinte anos o sino ser tocado diariamente, sempre ás 11h30min, pelo morador Adelário Sontag (57). Agricultor aposentado, realiza o trabalho voluntário auxiliado pela esposa, Delci Maria (54). “Somente não puxo a corda do sino quando estou doente. As pessoas estão acostumadas a orientarem-se pelas badaladas. Quando falece alguém ou nos enterros, também executo o serviço”, afirma. Para o casal, a localidade é o lugar perfeito para viver. “Não tem poluição, é muito calmo e as pessoas vivem em harmonia”. Na economia o destaque para a produção de frangos, suínos e fumo. Entre os professores que atuaram na escola particular desativada, são lembrados os nomes de Silvério Ludwig e Augusto Schnach. Deixaram saudade também os clubes de futebol, Aliança, Onze Amigos e União, que por falta de jovens atletas acabaram encerrando as atividades. Festividades são realizadas no salão comunitário, entre elas o baile de Kerb que ocorre no próximo sábado e a festa da comunidade ocorre em abril. Nos finais de semana os moradores se reúnem no local para jogar carteado. A cancha de bocha está desativada por falta de interessados. Quanto as comunicações são precárias, O telefone com ramal apresenta seguidamente defeito e celular não tem sinal. Entre os sobrenomes de famílias que residem na localidade estão Krumenauer, Kron, Schuc, Kemerich, Eckhertd, Ludwig, Bauer e Sineger, entre outros.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

PICADA CASTRO - POUSO NOVO

Localizada á dez quilômetros da sede do município, entre a BR-386 e o arroio Dudulha, está a pequena comunidade que já foi conhecida como Vila Castro,obviamente por abrigar dezenas de moradores com este sobrenome. Colonizada por volta de 1920, a localidade conta hoje com cerca de cem habitantes. A pequena igreja católica é o local de encontro da comunidade para cultos, missas e orações, coordenadas pelo frei Nelson Müller, da Paróquia Santo Antônio de Pouso Novo e leigos. A escola da comunidade foi fechada há cerca de seis anos. A única festividade que ocorre anualmente é alusiva ao padroeiro São Roque, comemorada no segundo domingo de agosto. Devido ao relevo acidentado, as 35 famílias que habitam o local, dedicam-se a fumicultura, avicultitura, suinocultura e criação de gado de leite. A localidade destaca-se também pelas paisagens naturais. Cercas de pedras, extensos potreiros, cerros, morros e o arroio Dudulha compõe um belo cenário, digno de cartão postal. Entre os moradores atuais aparecem os sobrenomes Andreolli, Fagundes, Severnini, Da Luz, Hermes, Jordão, Rasche, Brum, Bonassina, entre outros. O presidente da comunidade é produtor rural Dorvalino de Brum (60), que reside na localidade há 34 anos. “É um bom local para morarmos, estamos próximos a BR-386 e a cidade, as pessoas são trabalhadoras e gostamos muito de morar aqui”, afirma. No salão comunitário, aos finais de semana o espaço é disputado pelos jogadores de carteado. A cancha de bochas, por falta de interessados está desativada. Durante a semana farroupilha a comunidade reúne-se para participar de cavalgadas. Neste final de semana, o pessoal foi á cavalo até Constantino, no município de Progresso, buscar a centelha da chama crioula, que ficará acessa na sede do CTG Tropilhas da Serra, na sede do município. A localidade também é lembrada por fazer parte da Revolução Constitucionalista de 1932. Foi durante o Combate do Fão, ocorrido na vizinha Barra do Dudulha entre os dias 12 e 13 de setembro daquele ano, que os revolucionários se embrenharam em matos de Picada Castro após enfrentarem as forças do governo e retornarem em direção á Soledade. Ainda hoje, seguidamente encontram-se nas lavouras, cartuchos e armas utilizadas no episódio. Também conta-se que em um poço arroio Dudulha, estaria armazenada uma caixa de ferro contendo armas e munições, que foram abandonadas pelos combatentes. Ruídos estranhos seriam ouvidos durante as noites de lua cheia. Lenda ou não, o certo é que a comunidade resiste ao tempo e faz parte de um dos momentos históricos do Vale do Taquari.


sexta-feira, 2 de setembro de 2011

LARANJEIRAS - PROGRESSO

Um lugar no Vale


Laranjeiras – Progresso


Na contramão da história de pequenas localidades que estão prestes a desaparecer em função do êxodo rural, a pequena Laranjeiras, situada a três quilômetros e meio do centro da cidade, cresce em número de habitantes e economicamente. Cerca de 120 pessoas, distribuídas em 35 famílias, entre elas os Dell´Osbel, Nicolini, Fontana, Zanoni, Caumo, Lago, Eugênio, Reginatto, Zenatti, Borelli, Ferreira, Dias e Kunrath, que vivem na comunidade protegida pelo padroeiro São Francisco de Assis. Aviários, plantação de fumo, criação de gado leiteiro e casas muito bem construídas, compõe a paisagem do lugar, que é rodeado de lagoas,, morros e potreiros. Para se ter uma ideia da evolução da comunidade, no ano passado foi inaugurado o prédio da igreja católica e o cemitério. “Foi uma conquista após décadas, a população necessitava de um lugar sagrado para suas orações, nos unimos e em pouco tempo atingíamos nosso objetivo”, afirma Juciliano Zanoni (36) que juntamente com a esposa Quelen (29) e a filha Gabriela, investem na avicultura e gado leiteiro. O casal é um exemplo de jovens que apostam no meio rural. “É só trabalhar, acreditar e principalmente amar o lugar em que se vive”, justifica Zanoni. De acordo com ele, a comunidade se desenvolve porque é hospitaleira e pega junto quanto o assunto é trabalhar pela localidade. “Convocamos dez pessoas para uma reunião e quando vemos, aparecem vinte pessoas, emitem opinião e participam. Assim as coisas andam mais fáceis”. Por estar próxima a sede do município, a localidade não possui armazém. Diversos moradores trabalham em Progresso durante o dia e retornam a noite para a localidade. O lazer se concentra no ginásio de esportes construído há oito anos e na sede do Esporte Clube Laranjeiras, que ostenta um título de vice campeão municipal. Frei Albano Bohn reza as missas na igreja uma vez a cada mês. A propósito, a religiosidade da população é comentada por Quelen. “Terços, orações, encontros de famílias, grupos de oração, fazem parte de nosso cotidiano. Acredito que isto reflete diretamente na união da comunidade e suas conquistas”, avalia. Além da festa do padroeiro e do capitel e as domingueiras, a localidade é conhecida pelos shows bailes que ocorrem seguidamente animados por bandas famosas. Waldemar Dell`Osbell é o presidente da comunidade. Colonizada por volta de 1920 por descendentes de imigrantes italianos, diversos costumes são preservados até hoje. Nos finais de semana, além da bocha e carteado, o pessoal reúne-se para cantar no dialeto vêneto. “Não tem nada escrito, uns aprende com os outros”, salienta Zanoni. Na gastronomia, o pão de forno, a polenta e o vinho fazem parte da mesa dos moradores. A internet via rádio já está presente em algumas residências. Na história são lembrados os nomes da professora e catequista, Lurdes Schena Dell`Osbel, que atuou na Escola Municipal Henrique Pretto, fechada há oito anos. O morador Henrique Dell´Osbel (94) é um dos pioneiros da localidade. O nome é originário de um pé de laranjas, de tamanho descomunal, que existia na estrada geral da localidade.