quinta-feira, 29 de novembro de 2012

COMUNIDADE QUILOMBOLA SÃO ROQUE - ARROIO DO MEIO

Numa região em que destacam-se as comunidades colonizadas por alemães e italianos, no interior de Arroio do Meio, chama a atenção a existência da Comunidade Quilombola São Roque. Localizada no distrito de Palmas, a cerca de 600 metros de altitude, um grupo de cerca de oitenta pessoas, descendentes de escravos africanos, convivem com costumes atuais, mas ainda preservam tradições de seus antepassados como a hospitalidade e o acolhimento aos visitantes além da gastronomia como os doces de Pau, ralado e de Coco e paçoca. De acordo com informações publicadas na obra “Arroio do Meio: entre Rios e Povos”, de autoria de Marcos Rogério Kreutz, Patrícia Schneider, Neli Teresinha Galarce Machado e Fernanda Schneider, a comunidade São Roque foi criada por um ex-escravo, conhecido como Vovô Theobaldo. Consta no livro que conforme informações orais de Araci da Silva, filha de Alcides Geraldo da Silva, o vovô Theobaldo teria feito parte de um quilombo denominado Moçambique. Deixando este quilombo, ele teria se radicado por um período em Estrela, segundo mais tarde para a localidade de São Roque, onde viveu até os 112 anos. Segundo informações do INCRA – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, a comunidade foi certificada pela Fundação Cultural Palmares em 17 de novembro de 2005. Integrantes da Associação Cultural vovô Theobaldo, Ângela Maria da Silva, Loni Maria da Silva, Cristina Aparecida da Silva, Rejane Maia da Silva, Marcolino Francisco Gomes, Daiane Aparecida da Silva Gomes e a matriarca Araci da Silva (76), relatam o dia da comunidade e lembram costumes perdidos com o tempo como almoços a base de pirão de farinha de mandioca reforçado com ossos de porco, que fortaleciam quem trabalhava na roça, além dos cantos entoados pelas mulheres enquanto lavavam roupas no arroio das proximidades. De acordo com elas, a maioria da comunidade professa a religião católica, freqüentando as Missas realizadas no salão comunitário. Numa pequena sala da residência de Araci da Silva, que também é benzedeira, e uma espécie de conselheira, pois em casos de discussões, ela dá a palavra final, existe o espaço para orações. Num altar estão imagens como Nossa Senhora Imaculada Conceição, a protetora da família e outros Santos. A Umbanda também faz parte da religiosidade local através do Centro Oxum de Ogum. Embora residam longe da cidade, a maioria trabalha na cidade, assim como os jovens que estudam na Escola Itororó em Palmas ou em Arroio do Meio. Nas terras íngremes e com muitas pedras, a dedicação para o cultivo de aipim, feijão, batata, milho e hortaliças. Ovos, frangos e produtos coloniais são comercializados na cidade. Algumas famílias trabalham com reciclagem de lixo. Para manter os jovens no local a esperança é de que através de um trabalho de assessoria que a Emater/ RS-Ascar realiza seja implantada uma agroindústria. Água potável e luz elétrica estão presentes em todas as residências. A miscigenação com imigrantes alemães nas proximidades já resultam em namoros e casamentos, por isso, além dos Silvas, Borbas, Gomes, das Almas, aparecem na comunidade sobrenomes como Watcher. A maioria da comunidade professa a religião católica, freqüentando as Missas realizadas no salão comunitário. Numa pequena sala da matriarca Araci da Silva (76), o espaço para orações. Num altar estão imagens como Nossa Senhora Imaculada Conceição, a protetora da família. A Umbanda também faz parte da religiosidade local através do Centro Oxum de Ogum. As festas que ocorrem no salão comunitário resgatam um pouco das tradições com destaque para a gastronomia com rapadura, pão de milho, sucos e chás, além de apresentação de capoeira, artesanato de palha e de pano e umbanda. São tradicionais as festas do padroeiro São Roque, da Imaculada Conceição e do dia da Consciência Negra. Comunidade pacífica e ordeira, onde as propriedades não tem muro ou cercas de divisão. “Cada um sabe onde começa e termina sua terra, vivemos em perfeita harmonia”, afirmam os moradores. Colunas anteriores estão em: umlugarnovale.blogspot.com

SÃO ROQUE - BOQUEIRÃO DO LEÃO

Na contramão da maioria das pequenas localidades da região que tendem a perder moradores e enfraquecer a economia, São Roque é uma exceção entre as comunidades interioranas, graças a investimentos nas áreas de fumicultura e reflorestamento, que movimentam a economia local. “Isto sem contar a produção de peixes, suínos, mel e tambos de leite”, comemora o comerciante Emílio Goergen, que ao lado da esposa Inês, mantêm uma casa de “secos e molhados”, há 40 anos, onde encontra-se de tudo um pouco. A família Bonassi é proprietária de outra casa comercial na comunidade. O prefeito atual, João David Goergen é natural da localidade, cuja história remonta à 1890, quando chegaram as primeiras famílias representadas por sobrenomes como Vedoy, que vieram da Espanha, Almeida, Bonassi, Bozzeto, Borghetto, Campiol, Basségio, Girardi, Keller, Klauss, Tozetto, Pontin, Bergonci, Possebon, Gadenci e Zannus. De lá para cá, altos e baixos, com muitos moradores estabelecendo-se com comércio na Sede do município, que fica a 4 quilômetros. “Mesmo assim, os que ficaram investem aqui e por isso temos um grande movimento. São 45 tratores espalhados pelas propriedades rurais, mais de uma dezena de casas construídas através do MPA e uma das maiores plantações de fumo do Estado, na propriedade da família Barbon, além de 400 mil pés de eucalipto”, comenta Emílio, que destaca também a tranquilidade do lugar, com temperaturas sempre amenas, apenas ainda com uma carência na localidade, a ligação por asfalto até Progresso, que dista 14 quilômetros. Ônibus interurbanos para Progresso, Venâncio Aires e Santa Cruz do Sul, suprem as necessidades locais, além de oito linhas diárias que ligam com a cidade. Na área social, festas e bailes, jantares e rodeio crioulo agitam a comunidade. Nas entidades o destaque para o trabalho e promoções do Clube de Mães Líder da Serra, Comunidade católica, escola e CTG, agitam a comunidade. O Esporte Clube São Roque é tri campeão municipal. A Escola Estadual professora Addes Pozzebom conta com 130 alunos, coordenados por 16 professores e tendo como diretor Luiz Augusto Schmidt. Outras entidades como os grupos de bocha Maragatos, São Roque e Panelinha, além da equipe de veteranos de futebol, CPM, CTG Espora de Prata e Associação de água demonstram a participação popular nos destinos da comunidade. Um ginásio de esportes está em construção. A família Goergen destaca o envolvimento comunitário: “Todos pegam juntos, nossa sociedade é unida e uma prova disso são os recentes investimentos na comunidade católica”, afirma a presidente Inês. Internet e telefone DDD estão presentes na maioria das residências. Entre as empresas que se destacam está a Serraria Barbon. Entre os moradores atuais aparecem, sobrenomes como Calvi, Caumo, Zannus, Fopa, Bianchini, Oliari, Campiol, Goergen, Bonassi, Pontin, Possebon, Bozetto, Klaus, Possebon, Borghetto, Battisti, Baptista, Barbon, Brum, Bazzei, Almeida, Bergonci, Silva e Rizzeti.

domingo, 23 de setembro de 2012

FAZENDA MANINI - PROGRESSO

Quem circula pela estrada asfaltada que sai da Sede em direção ao distrito de Campo Branco, logo na saída da cidade, não tem como não ficar impressionado com as belas paisagens da Fazenda Manini, que acompanha um bom trecho do caminho da sinuosa rodovia. Administrada pelo ex-prefeito e produtor rural, Luis Paulo Manini e sua esposa Veridiana, o local é parada obrigatória para fotografias e visitas em qualquer época do ano, mesmo quando uma intensa neblina toma conta do local. Adquirida pelo seus pais Sebastião Antônio Manini e Elfrena Scheeren em 1959, a fazenda tem cerca de 130 hectares, é constituída de áreas de verdes campos, potreiros, sangas, arroios, árvores nativas, pastagens, milho, frutíferas e plantação de produtos de subsistência. Durante o outono, os plátanos emolduram a área, além de cercas de pedras ou taipas Animais de diversas espécies também compõe o belo cenário. São criados gado de raça especial para corte, sendo que em torno de cem cabeças são comercializadas anualmente. Já o gado de leite, fornece 180 litros diariamente. Além disso, a presença de ovelhas e cavalos também chama a atenção. “Este conjunto de atrativos
somados com a hospitalidade e receptividade que dispensamos à todos, atraem visitantes seguidamente, como estudantes e recentemente a presença de 130 integrantes do projeto Caminhos da Colônia, que percorreram cerca de cinco quilômetros da área e saíram impressionados com tudo o que presenciaram. Este pessoal sempre retorna e traz mais gente junto”, afirma Luis Paulo. De acordo com o proprietário, escolas agendam a realização de piqueniques no local, onde os estudantes também podem conhecer um pouco das lidas campeiras. A intenção de Manini é de brevemente disponibilizar a área para o turismo rural. “Além desta fazenda, possuímos mais 100 hectares na localidade de Morro Azul, muito próximo daqui. Com isso pretendemos implantar o turismo rural, oferecendo alternativas diversas para que os visitantes possam usufruir um local com toda a infraestrutura, como passeios, conhecimentos da vida no campo, contemplação da natureza e o ar puro num clima de montanha”. A altitude máxima na fazenda chega a 560 metros, de onde podem ser avistados as cidades de Pouso Novo, Boqueirão do Leão, Barros Cassal e a BR-386. Enfim, o local é um cartão postal permanente do município.

FAZENDA SINUELO - PROGRESSO

Nesta época do ano, período em que as manifestações de culto as tradições afloram por todos os recantos do Rio Grande do Sul, vamos conhecer um pouco de um dos locais considerados mais autênticos no que se refere a usos e costumes gaúchos em nossa região. A Fazenda Sinuelo situada á dois quilômetros da Sede do município foi adquirida em 1937 por Albino Scheeren e até hoje continua como propriedade da família, sendo administrada pelo filho, Getúlio Scheeren. Considerada o berço dos rodeios na região, o primeiro foi realizado em 1954, o local também abriga a sede do CTG Sinuelo da Amizade, que anualmente realiza o rodeio crioulo estadual. Quem circula pela fazenda irá se deparar com uma típica estância gaúcha, onde pode se avistar a criação de gado, ovelhas e cavalos, o galpão para as refeições, mangueiras, aramados, pista de tiro de laço. Peões são encarregados das lidas diárias com os animais, além disso, parte do amplo espaço serve também para o cultivo de alimentos de subsistência. A natureza também tem suas marcas no local. São riachos, cascatas, centenas de árvores nativas, que compõe paisagens que encantam os visitantes. Trilhas em meio a vegetação podem ser percorridas tranquilamente. No sub-solo também encontram-se riquezas naturais como pedras preciosas e grés e fontes de águas. As visitas são quase que diárias, nesta época estudantes chegam em busca do conhecimentos de nossas tradições, de acordo com Scheeren. “O pessoal que vem aqui, sente-se em casa, pois dispensamos toda a hospitalidade gaúcha, para que as pessoas sintam-se á vontade. Quem vem uma vez, volta sempre. O exemplo disso está nos rodeios crioulos realizados em fevereiro de cada ano. A cada edição são milhares de pessoas que retornam”, complementa. A fazenda também serve como cenário para casamentos, encontros de famílias e visitas ilustres como recentemente o ativista italiano Césare Battisti e em anos passados os cantores tradicionalistas Teixeirinha, José Mendes, Gildo de Freitas e o poeta Jaime Caetano Braum.

domingo, 22 de julho de 2012

BARRA DE TOCAS - PROGRESSO

Situada á dezoito quilômetros do centro da cidade e acessada por estrada de chão, a pequena localidade habitada por cerca de cinquenta moradores, encanta os visitantes pelas belezas naturais. Banhada pelo rios Fão e Tocas e situada a 500 metros de altitude, o que proporciona um clima ameno durante boa parte do ano, faz divisa com a localidade de Coxilha, em Fontoura Xavier. Entre os atrativos está a Gruta de Nossa Senhora de Lourdes, local da festa dedicada à Santa e que ocorre sempre no último domingo de janeiro. A denominação da localidade, de acordo com o ex-morador, Juarez Trombini, deve-se ao rio que deságua no Fão e a existência de diversas tocas junto á gruta, visíveis até hoje e que teriam sido utilizadas como moradias por índios. Seus pais, Santo e Doralícia Pavi Trombini ainda permanecem na localidade. A colonização iniciou por volta de 1910 quando chegaram as famílias vindas de Novas Bréscia, Putinga e Garibaldi, entre eles os Gottardi, Portaluppi, Teston, Trombini, Pavi, Bassani, Crestani e Bagatini. A festa ao padroeiro Santo Antônio é realizada no mês de junho, com a presença de ex-moradores que atualmente residem em cidades como Porto Alegre, Novo Hamburgo e nos Estados de Santa Catarina, São Paulo e Paraná. A economia baseia-se na produção de fumo, gado leiteiro e o cultivo do milho. “Uma comunidade ordeira, um lugar tranquilo onde vive-se muito bem em meio a uma natureza deslumbrante”, afirma a moradora Ivone Gottardi. Da escola municipal Fernandes Vieira, desativada em 1995, resta apenas o prédio e a lembrança de professores como Caetano Finatto, Gelsina da Silva, João Gottardi, Lurdes Del`Losbel, Leda Trombini e Ângela Stacke. Recordações também da casa comercial da família Bagatini. Atualmente a comunidade abaste-se em outras localidades. No lazer, além das festas, a disputa de corridas de cavalos atrai competidores de toda a região. A igreja católica pertence á paróquia de Bela Vista do Fão, com missas realizadas uma vez a cada mês. A tradição do terço mantêm-se sempre no primeiro domingo do mês. Por estar próxima a divisa com Pouso Novo, a comunidade sente-se prejudicada pela não reconstrução da ponte sobre o Rio Fão em Barra do Dudulha, que facilitava o deslocamento até a BR-386 e por conseqüência à diversas cidades da região.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

CCASCATA DO GAMELÃO - BOQUEIRÃO DO LEÃO

Localizada em área rural, mas distante apenas 1,2 quilômetro do centro da cidade, o Gamelão é um dos "cartões postais" do município. Formado por dois saltos que deságuam em poços em formato de gamela - daí o nome Gamelão - é cercado por paredões rochosos e mata nativa. A luminosidade que chega através dos poucos raios solares que transpõe a intensa vegetação proporciona um colorido especial nas rochas que formam o local. O som das águas e dos pássaros também encantam os visitantes. Parte do caminho até o local pode ser feito por automóvel utilizando uma estrada de chão batido que também dá acesso à propriedades particulares. O restante do caminho deve ser feito a pé. No local existe uma escadaria que dá acesso as quedas, mas o visitante deve tomar cuidado, pois as pedras são muito escorregadias. Em épocas de chuvas esse cuidado deve ser redobrado, assim como a travessia do rio deve ser evitada a fim de que se evitem acidentes. A profundidade dos poços, segundo moradores, é de mais de cerca de nove metros. "É um dos mais importantes atrativos naturais do município, sendo procurado por moradores para lazer como pesca e banhos e visitantes de diversos locais que vem conferir a beleza cênica do lugar”, destaca turismóloga Diuly Cristina Mähler. Recentemente a administração municipal tem disponibilizado durante a tradicional Festa da Polenta, que acontece em julho, passeios turísticos a este e outros atrativos, o que deve ocorrer novamente este ano. “Da mesma forma, estamos verificando a possibilidade de facilitar o acesso e melhorar a segurança dos visitantes através da construção de uma trilha suspensa que também evitará a degradação do local, preservando-o", complementa a profissional. A cascata do Gamelão faz divisa com as propriedades de Alceu Rodrigues e Miguel Rodrigues de Freitas. Uma das preocupação da turismóloga é quanto a segurança do local. “Acontece muitas vezes dos visitantes escorregarem ao caminhar sobre as pedras, pois são muito lisas devido á umidade. Por isso é recomendável para que as pessoas utilizem um bom tênis com garras e uma roupa confortável. Além é claro que se puderem estar acompanhadas por alguém que conheça o local, em função de que ainda não existem guias para conduzir no local.”

ALTO CONSTANTINO - PROGRESSO

Situada á cerca de 20 quilômetros da Sede do município e a três do distrito de Campo Branco, a localidade conta com cerca de 150 habitantes. A denominação é uma homenagem ao Frei Constantino van Ryn, holandês, que atuou no município entre 1941 e 1965. Cortada de ponta a ponta pela estrada municipal que segue em direção a Constantino, uma das características da comunidade são as propriedades rurais, onde na maioria a dedicação é para a fumicultura e plantações de subsistência. Porém a história local remonta à 1930, quando chegavam os casais pioneiros dando inicio a colonização. Conforme pesquisa realizada pelo frei Albano Bohn os primeiros moradores foram Albino e Clara Pellenz, João e Idalina Piffer, José e Maria Viginesli, José e Luisa Erthal, Felipe e Metilde Imhoff e Raimundo e Teresa Henicka. Devotos de Santa Terezinha a escolheram como padroeira. Recentemente a comunidade católica recebeu as Missões populares. Na igreja, ao lado do salão comunitário, as missas ocorrem uma vez por mês. A Escola Municipal Farias de Brito, é o centro das decisões da comunidade. Abrigando alunos do primeiro ao quinto ano, tem na direção a professora Elizandra Zannus. O Círculo de Pais e Mestres é dirigido por Marilene Piffer. Mesmo com poucos estudantes, são onze alunos oriundos também das vizinhas Morro Azul e Leãozinho, não dá para imaginar a comunidade sem escola. “Há poucos dias, os pais reuniram-se e irão agora solicitar às autoridades que a escola mantenha-se, mesmo com poucos alunos, pois são da opinião que o fim de uma comunidade começa pelo fechamento da escola”, afirma Elizandra. O primeiro professor da localidade foi José Mestre, que lecionava na residência de Martim Teodoro dos Santos em 1958. A primeira catequista foi Ana Zenatti. Conforme o casal Sirlei e Ademir José Pellenz, a comunidade é muito acolhedora. “Aqui trabalha-se e vive-se muito bem, as pessoas são hospitaleiras e vivem em harmonia.” A festa da escola e da padroeira são os maiores eventos onde comparecem pessoas de toda a região. A Internet ainda não está disponível, mas telefone celular e linhas convencionais de telefonia estão a disposição dos moradores. A moradora Neuza Cristani, voluntariamente, é a encarregada de passar as ligações para 19 ramais nas casas de moradores. As casas comerciais de Luis Carlos Cristani, Erno Henicka e Ademir Pellenz abastecem a comunidade. Entre as famílias atuais aparecem os sobrenomes Pellenz, Alcará, Chabat, Piffer, Cristani, Costa, Sbaraini, Decol, Marquese e Pires, entre outros.

sábado, 9 de junho de 2012

ARAÇÁ- PROGRESSO

Há 26 quilômetros da Sede do município situa-se a localidade que conta com apenas um morador. Já pelo caminho, partindo de Campo Branco, residências abandonadas revelam o cenário que espera os visitantes. Há três quilômetros, ainda na localidade de Cordilheira, percorre-se um túnel verde, onde a estrada é praticamente tomada no alto, por imensas árvores. Neste trajeto, em alguns locais, é possível avistar-se o rio Fão, que encanta pelos contornos ao redor dos morros, formando o desenho de uma ferradura, na divisa com a localidade de Galvão, pertencente a Fontoura Xavier. Chegando á localidade, pela estrada, que, em alguns momentos tem-se a impressão desta não ter continuidade, o cenário é desolador . A residência do ex-vereador Darci Miguel Moretto, onde reside com a esposa e a filha, é o único sinal de vida no local. Ao lado estão a igreja católica, o cemitério rodeado por uma cerca de pedras e com a maioria dos túmulos em sinal de abandono, o salão comunitário e o prédio da antiga escola Vieira da Cunha, desativada em 1990. O silêncio é quebrado, de vez em quando, pelo canto dos pássaros ou pelo som das águas do Arroio Araçá. Conforme o professor Valdir Pellenz , que atuou na escola, a situação atual contrapõe-se com o período até 1990, quando cerca de cem alunos freqüentavam a instituição. “Aos poucos o pessoal foi comercializando suas terras, retirando-se e indo para a cidade em busca de melhores condições de vida e restou o que hoje se vê por aqui, a maior parte da área é tomada por reflorestamento.” Trinta e cinco famílias viviam na comunidade, entre os anos de 1970 e 1990. Neste período a comunidade recebeu os prédios novos da igreja e do pavilhão através de uma ação coordenada pelo frei Albano Bohn. “Bons tempos quando funcionava um moinho colonial movido a pedra, as festas comunitárias com jogos de bochas e encontro de ex-moradores”, relata Pellenz. As casas comerciais de Francisco Massullini e Armindo Henicka abasteciam os moradores. A capelinha com a imagem de Nossa Senhora de Fátima pecorria as residências. Na história registrada em livro pelo religioso é destacado que em 20 de março de 1942 era rezada a primeira missa na comunidade na residência de Cândido Rosa e mais tarde na casa do morador Juvêncio Soares e Oliveira. Em 14 de janeiro de 1953 era realizada a benção da imagem do padroeiro São Roque. Entre as famílias que residiam na localidade, Pellenz cita os sobrenomes Schabat, Henicka, Pinto, Massullini, Padichello, Santana, Batista, Bernardo dos Santos, Folmantte, Lima, Nunes, Silva, Moraes, Gonçalves, Soares, Dalberto, Severgnini, Webber, Picolli,

domingo, 3 de junho de 2012

LINHA ORLANDO - MARQUES DE SOUZA

A localidade já foi destacada nesta coluna em 2010. Porém alguns dados atualizados complementam a história desta comunidade. Está localizada há sete quilômetros da sede do município, na estrada que liga Marques de Souza ás localidade de Linha Atalho, Rui Barbosa em Canudos do Vale e Xaxim em Progresso. Na história resgatada em obra publicada pelo professor Armindo Müller consta que por volta de 1890 a Linha Orlando fazia parte das antigas colônias pertencentes a empresa Bastos, Klenzen & Cia. Um dos sócios teria doado terras da localidade a uma afilhada, viúva de um colono chamado Orlando, daí se originando o nome Linha Orlando. Em 1911, a viúva solicitou a Gustav Jäger para que realizasse a medição e a venda de lotes das terras. Era uma área constituída por muitas matas e logo em seguida chegavam as famílias desbravadoras de Carl Bernstein, João Stacke, Franz Döbber, Germano Bernstein, Nikolaus Schroeder, Eduard Conrad e Valentin Cornelius. Estes primeiros habitantes pertenciam a comunidade Missouri de Linha Tigrinho e a comunidade Sinodal de Bastos e Nova Berlim Forqueta. O primeiro pastor que visitou a comunidade foi Walter Mummelthey. Em 1968 foi inaugurada a atual igreja da IECLB. Também na localidade existe a comunidade católica que foi fundada em 1910 , tendo como padroeira Santa Terezinha. A igreja situa-se nas proximidades da divisa com Progresso sendo o local também chamado carinhosamente de Linha Orlandinho. Os primeiros moradores desta área foram José Welter, João Zanatta, Franciso Giovanella, Pedro Giovanella, Jacó de Souza e Fioravante Tomazzi. Alvina Giovanella e Alice Zanatta foram as primeiras catequistas. Recentemente a comunidade, que conta com apenas nove famílias associadas, recebeu as Missões populares através da Paróquia de Progresso. A capelinha com a imagem de Nossa Senhora das Graças circula pelas residências. As missas rezadas pelo Frei Albano Bohn ocorrem uma vez por mês. Em frente ao templo e ao lado do cemitério, está o prédio desativado da Escola Nova, assim denominada em função da existência de outra mais ao centro da localidade e que foi desativada há cerca de 20 anos. A primeira professora foi Jovitta Battisti. Dentro do prédio em ruínas, resta apenas o quadro negro e no alto uma foto do prefeito de Lajeado na época, Darci José Corbelini. Nos finais de semana o lazer acontece no salão comunitário e na cancha de bocha. Na economia, o trabalho das famílias Castro, Krüger, Berté, Duarte, Huppes e Giovanella com destaque para a suinocultura, avicultura e reflorestamento. “Um excelente lugar para residirmos, onde vive-se em harmonia com a natureza, as pessoas e o trabalho”, afirma o produtor rural Jurandir Giovanella, juntamente com a esposa Elaine, a filha e o genro Rodrigo Huppes. A propriedade da família situa-se na divisa entre os municípios de Marques de Souza, Canudos do Vale e Progresso.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

PEDRAS BRANCAS - BOQUEIRÃO DO LEÃO

Quem transita pela estrada não pavimentada que liga Canudos do Vale a Boqueirão do Leão não tem como não ficar impressionado com os imensos morros escarpados, compostos de rochas com coloração esbranquiçada, que chamam a atenção já à quilômetros de distância da pequena comunidade. Daí a origem do nome de Pedras Brancas, situada á sete quilômetros da Sede. Outro marco tradicional da localidade é o Capitel de Santo Expedito. De acordo com a jornalista Cíntia Marchi a devoção ao Santo, nos remete a uma antiga história de uma família de imigrante italianos que fixou residência no interior do município. Foi por volta do ano de 1924, que a família de João Titton e Joana de Conto, imigrou da Colônia de Tizon de Vall Marino, da Itália, para o Brasil, num navio a vapor, fugindo da guerra. No caminho, seus dois filhos menores foram acometidos do chamado “Mal Del Mar”. Como a família trazia junto a seus pertences um quadro com a imagem de Santo Expedito, fizeram uma promessa de que se seus filhos se salvassem, na primeira área de terras adquirida pela família no Brasil, ergueriam um capitel em honra a Santo Expedito. E assim fizeram por volta do ano de 1934. O capitel se encontra hoje reformado e está situado na propriedade de Dalci e Elizeu Almeida, genros de Pedro Mário Titton que tinha 16 anos quando imigrou para o Brasil, junto de seu pai João. O local recebe visitação de vários devotos do Santo durante todo o ano. A padroeira da comunidade é Nossa Senhora do Caravagio, que abriga cerca de 110 famílias e tem na presidência da comunidade católica, Ângelo Gilvar Caríssimi. Entre os sobrenomes dos moradores aparecem, entre outros, Almeida, Barbon, Bozzetti, Caríssimi, Crestani, Foresti, Germany, Goergen, Reginatto, Rizzetti, Titton, Vedoy. No lazer o destaque para o Esporte Clube Internacional, tetra campeão municipal de futebol amador. Entre as entidades atuantes está o Clube de Mães Confiantes no futuro, que tem na presidência Neri Reginatti e Associação dos Produtores rurais. A Escola Estadual Aprender atende cerca de setenta alunos, tendo na direção o professor Evandro Reginatto. As casas comerciais de Melo Cristani e Iliane Lucia Goergen Bozzetti abastecem a localidade. Conforme o professor Marcos Titton, a população da localidade mantêm-se estável, onde a maioria dedica-se a fumicultura. “Ao contrário de outras comunidades, a nossa consegue manter os jovens no interior. O pessoal estuda fora, mas constitui família e reside por aqui. Uma prova disso é o grupo de jovens Esperança do Amanhã, dirigido por Cristiano Barbon, com atuação fundamental na comunidade. É um lugar muito bom para se viver. ” Um ginásio de esportes está em fase de construção, o que irá suprir uma das carências da comunidade, pois a quadra utilizada para a prática de esportes não tem cobertura. Entre os eventos destacam-se o baile do amendoim, festas do colono e de Santo Expedito.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

COLÔNIA JARDIM - BOQUEIRÃO DO LEÃO

Situada a quinze quilômetros do centro da cidade, na divisa com o município de Progresso, onde residem cerca de cinquenta moradores, a pequena comunidade abriga um dos locais mais belos do município. Localizada numa área cercada por matas e morros, a cascata de Colônia Jardim, no leito do Arroio Forquetinha, que tem sua nascente na Colônia São Paulo, é formada por duas quedas e dois poços, um com três metros de profundidade e outro com sete metros e meio de profundidade. Recentemente foram colocadas placas indicando os locais apropriados para banhos. Uma ponte assinala a divisa entre os dois municípios. A área está situada na propriedade da família Zanon, sendo o único lugar no município a oferecer estrutura turística, de acordo com a turismóloga Diuly Cristina Mähler. São cinco cabanas com energia elétrica, banheiro, quartos e cozinha, área para acampamento com banheiros equipados com chuveiro de água quente, churrasqueiras e um quiosque além de salão de festas com copa e cancha de bocha e campo de futebol. Tradicional, o torneio de futebol de primeiro de janeiro, atrai anualmente dezenas de desportistas de toda a região. Conforme a moradora da localidade e proprietária do camping, Geni Zanon, durante o verão, o local é freqüentado por centenas de pessoas, vindas de diversos municípios do Estado, como região metropolitana e serra gaúcha. “Um ótimo lugar em meio a natureza para o descanso e lazer com a família, onde é possível banhar-se em águas límpidas”, destaca a moradora. Informações sobre o camping podem ser obtidas pelo fone 51-3505-0529. A recomendação é muita atenção para os freqüentadores, pois não existem salva vidas no local. O ingresso é gratuito. Para acessar a comunidade existem três caminhos, todos por estradas municipais: um passando pelo centro de Progresso e seguindo por mais seis quilômetros, outro vindo de Canudos do Vale e a ligação com a Sede do município.

sábado, 28 de abril de 2012

ALTO VASCO BANDEIRA - MARQUES DE SOUZA Entre pastagens verdejantes e montanhas, sob um clima sempre ameno, Alto Vasco Bandeira é uma comunidade de somente dois moradores. Da localidade que foi colonizada por imigrantes italianos oriundos da serra gaúcha a partir de 1910 resta hoje somente a família Vettorazzi que reside ás margens da estrada municipal que corta o lugarejo. Movimento somente quando passa o leiteiro, transporte escolar com destino à Tamanduá ou quando alguém desvia o pedágio de Picada May, embora a estrada não seja das melhores. Sobrenomes como Rosseti, Tonini, Dalmoro, Sachetti, Renner, Degasperi, Vettorazzi, Cassanelli, Stumm, Cornélius, Becker, Turcatti, Merlo e Zangalli figuraram entre os pioneiros que na década de 1970 somavam cerca de duzentos habitantes e que movimentavam a pequena localidade situada entre Picada Serra e Vasco Bandeira, onde os moradores freqüentavam a igreja católica e abasteciam-se nos armazéns de Jovino Bottega e Plínio Ledur. “Movimento na localidade era quando tinha a festa da escola municipal Osvaldo Cruz”, recorda Eri Vetorazzi (61) que juntamente com a esposa Clari Machado Vettorazzi (52) formam a única família que ainda reside no lugar, dedicando-se a criação de gado leiteiro e de corte. "Um lugar muito especial e tranquilo", relatam. Os filhos do casal, Joel e as gêmeas Elen e Graziele residem em Lajeado e, segundo o exemplo de outros jovens, partiram em busca de profissão. Hoje é comum encontrar pessoas naturais do lugar atuando como comerciantes e donos de restaurantes em São Paulo, Santa Catarina e no Rio de Janeiro. Embora seja a única família, os Vettorazzi preocuparam-se em preservar a história local. Juntamente com o vizinho de Picada Serra, Leonildo Degasperi, estão reformando o prédio do antigo colégio. A escola municipal Osvaldo Cruz, que encerrou as atividades em 1987 foi um marco na comunidade e deverá servir de local para reuniões e encontros em breve. Degasperi lembra que para conseguir a instalação da escola contatou com o então deputado Euclides Triches, mais tarde governador do Estado e o prefeito Alípio Hüffner, que logo em seguida através da secretária de educação de Lajeado, Iara Corbelini, autorizou a construção do prédio em 1966. Era uma extensão de uma escola que funcionou numa residência cerca de dois anos. Nos tempos de prosperidade da localidade a escola abrigava cerca de 90 alunos. São lembrados professores que passaram pela instituição como Terezinha Gereveni, Helena Meireles, Lídia Possamai, Elvira Giovanella, Leonilda Farias, Neusa Berté, Maria Berté, Eloá Zuffo, Maira Zonatto, Isabel Crestani, Rosinha Bottega Zagonel.

domingo, 22 de abril de 2012

PILÃO ALTO - COQUEIRO BAIXO

Imaginem uma pequena localidade encravada lá em cima do morro, onde a vida parece andar devagar e as pessoas cumprimentam-se umas as outras. Pois este lugar existe bem perto aqui perto de nós. Dezesseis quilômetros de acesso por estrada municipal separam a comunidade de Pilão Alto, da Sede do município de Coqueiro Baixo. Privilegiada pelo clima de montanha e belas paisagens naturais, de acordo com pesquisa realizada pela professora Nilva Bortoncello, a localidade tem sua história de colonização iniciada por volta de 1905 quando aportaram por aquelas bandas os moradores José Bozzeti, Emílio Zamboni, Rodolfo Teixeira, Amádio da Costa, João Maria, Felipe e Raul, cujos sobrenomes não foram identificados, Henrique Buffet, Tranqüilo Bortoncello, Antônio Bortoncello, Dovílio Devittes, Amaro Cardoso, João Salvi, Guilherme Cantú, João Segabinazzi, Antônio Campeol, e João Mocelin. Em 1930 foi construída a primeira igreja católica em terreno doado por Francisco Antônio Campiol, Lorenço Bortoncello e Henrique Buffet. Até 1951, como não havia sino, para chamar a comunidade para as missas era usado um cincerro. Em 1958 o templo foi destruído por incêndio provocado por um raio. Em 1972, foi construída a atual igreja tendo como fabriqueiros José Bozetti, Henriique Buffet, Rodolfo Teixeira,, trabalho mais tarde seguido por Agenor Dalpian, Adilvo Mocellin, Ângelo Campiol e Olides Buffet. A origem do nome deve-se ao fato de ter sido encontrado próximo aos peraus da localidade, ossos de animais com bicos de pedras preciosas, semelhantes a um pilão, usado pelos imigrantes para moagem de farinha. O padroeiro da comunidade é São Paulo, que recebe homenagens na festa em janeiro. Em dezembro ocorre a festa de Nossa Senhora da Conceição. A população que já foi numerosa está reduzida à pouco mais de 250 habitantes. Parte dos habitantes, a maioria jovens, partiu em busca de novos caminhos, estabelecendo-se com restaurantes em Portugual, Estados Unidos, Itália, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre. Para quem permanece na localidade o trabalho é dedicado à produção de fumo, criação gado de leite, avicultura e suinocultura. As missas que ocorrem duas vezes por mês na igreja Nossa Senhora da Imaculada Conceição, são rezadas pelo padre Valdir Bozetti, da Paróquia de Relvado. As capelinhas também circulam de casa em casa. Todos os domingos é rezado o terço na igreja. Duas vezes por semana, transita pela localidade o ônibus da empresa Oasis com destino a Nova Bréscia, Coqueiro Baixo e Lajeado. A escola Sete de Setembro recebe 28 alunos tendo como diretora a professora Noêmia Salvi. Aos finais de tarde, um dos pontos de encontro para o carteado, as recordações do Esporte Clube Pilãozense, já extinto,e o bate papo no dialeto Italiano é a casa comercial de Eloir Paulo Delazzeri. Sentadas ao lado, as mulheres da comunidade também colocam os assuntos em dia. “Um lugar muito especial para viver, onde todos são bem recebidos”, analisam os moradores Eloir Paulo Delazzeri, Olides Antônio Buffet, Nilvo Mocelin e Olvides Schuster em meio a uma rodada de carteado e um copo de vinho.

BATE E VIRA - PROGRESSO

Bate e Vira – Progresso Localizada próximas as divisas entre Progresso, Barros Cassal e Fontoura Xavier, a pequena comunidade é privilegiada pela natureza exuberante, principalmente na margens do Rio Fão e o afluente Arroio Bate e Vira. Extensas plantações de araucárias, morros e o local conhecido como pulador, compõe um cenário digno de cartão postal. O Rio Fão que em certos trechos chega a ter dez metros de largura, na região conhecida também como Costa do Fão, fica estreito, com não mais que um metro de largura, com as águas correndo por baixo das pedras. Desta maneira é possível colocar-se um pé em Fontoura Xavier e outro em Bate e Vira. O acesso à este local deve ser realizado a pé por cerca de 200 metros passando por dentro de uma propriedade particular. A localidade que em outros tempos também teve seus períodos de fartura, a exemplo de outras comunidades da região, vê a sua população diminuir a cada ano. A região formada por áreas íngrimes acaba fazendo que os moradores busquem alternativas de vida em outros locais. Estima-se que a população que foi de 200 habitantes atualmente não passe de cinquenta moradores. Foi por volta de 1910 que Leopoldo Webber, João dos Santos, Valêncio Alves dos Santos, Bento Augus e João Andresa iniciaram o povoamento quando também construíram a primeira capela dedicada a Nossa Senhora de Fátima, próximo as margens do Rio Fão. Conforme pesquisa realizada pelo frei Albano Bohn, em 1986, a capela foi desmanchada e lavanda com a imagem da antiga padroeira, cultuada pelos pescadores, foi levada para o outro lado do rio, em área do município de Fontoura Xavier. A escola municipal Santa Rita servia como local para as missas na década de 1970 quando também foi escolhido São Roque como o novo padroeiro. A primeira escola surgiu em 1935 sendo que as aulas ocorriam na capela.
A escola atual Monteiro Lobatto, abriga onze alunos, tendo como professor Valdir Quevedo. Os primeiros catequistas foram professores sendo que mais tarde desempenharam as funções Arlindo Beuren, Egídio Heisler e a professora Venilda Radavelli Deola. Procissões e capelinhas também fizeram parte da vida religiosa da comunidade. Na economia atual o destaque para as plantações de fumo, feijão, milho e o reflorestamento. O padre Tercilo José Tomazi é natural da localidade. As comunidades mais próximas são Alto Honorato e Campo Branco, em Progresso e Boa Vista em Barros Cassal.

domingo, 18 de março de 2012

LINHA ALEGRE BAIXA - COQUEIRO BAIXO

A pequena localidade com uma população de cerca de cinquenta pessoas tem sua origem lá pelo ano de 1910 quando chegaram os colonizadores. Oriundos de Bela Vista, atual Arcoverde, em Garibaldi, na serra gaúcha, as famílias de João Vidaletti, João Mocellin, Pedro Ongaratto, Ângelo Bonacina, Luiz Pramio, Primo Mocellin e Primo Ongaratto davam início a história da comunidade que tinha um único morador, luso brasileiro, conhecido como Matias e que era considerado um excelente caçador. Em função da região ser formada por matas fechadas, os pioneiros tiveram muito trabalho para construir suas habitações, abrindo piquetes com facões, foices e machados. Em 1916 foi construída a primeira capela, tendo como padroeiro Santo Antônio, tendo como obreiros Primo Mocellin, Luiz Pramio, Pedro Constantin, Xisto Constantin. O bispo Dom João Morelli abençoou o local. Em seguida chegaram as famílias de Antônio Ongaratto, Fernando Mocellin, Iscao Caumo e Vitório Ongaratto. Inicialmente a localidade foi denominada de porco gordo, em função da grande presença destes animais. Mais tarde, em função dos moradores serem considerados pessoas muito alegres o nome foi mudado. A escola municipal Nova Bréscia, hoje desativada, também faz parte da história local. Inicialmente as aulas eram no dialeto vêneto, ministrada pela “Sinela”. A professora Clementina Ongaratto foi a primeira professora em língua portuguesa. Natural da localidade, Humberto João Ongaratto(foto)
(90), pai de oito filhos, ao lado da filha Ladi Terezinha Ongaratto, recorda com muita saudade dos tempos áureos. “Nasci aqui. A comunidade era muito grande, havia o moinho colonial de Benvenuto Pramil, o clube de futebol e o comércio de Constante Bettio, que movimentavam a localidade”. De acordo com ele, a saída dos jovens fez com que a localidade regredisse. “Aqui foi o início das churrascarias espalhadas pelo Brasil e exterior. Temos filhos desta terra com restaurantes em Guaíba, Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro e até em Portugal.” A economia baseia-se na produção de frangos e gado de leite. Todas as residências possuem telefonia automática. A comunidade é servida por uma linha de ônibus, duas vezes por semana, até Nova Bréscia e Coqueiro Baixo. As festas do padroeiro e o clube da terceira idade movimentam a vida social. O bar do salão comunitário, ao lado da igreja, é o ponto de encontro aos finais de semana. Na igreja católica, inaugurada em 1968, a missa é realizada uma vez por mês. Jacondo Bazanella é o presidente da comunidade. O encontro da família Ongaratto, uma vez por ano, é outro atrativo. “Um ótimo lugar para vivermos, tranqüilo, onde todas as pessoas se conhecem e vivem em harmonia, até porque são todas parentes”, destaca Ladi. Entre as famílias que residem na localidade, que está situada á três quilômetros do centro da cidade, estão os Ongaratto, Bazanella, Mocellin, Caumo, Picini, Locatelli, Pramil e Morghetti.

segunda-feira, 5 de março de 2012

SANTA CECÍLIA - FORQUETINHA

O nome da localidade pode soar estranho para algumas pessoas, mas de acordo com a moradora Nelci Sabke (70), assim é conhecido lugarejo situado á beira da rodovia que liga a sede do município, situada á 4,5 quilômetros, com Sério, localizado á 18 quilômetros. “A denominação se deve ao morador Capitão Knebel, doador das terras para a construção da escola que funcionou até vinte anos atrás. Sua esposa chamava-se Cecília. Mas foi por volta de 1900 que chegavam os primeiros habitantes, representados pelas famílias Dreyer, Grunewald, Folz, e Tempass, entre outros. Nelci, juntamente com a filha Clarice Bergmann recorda dos bons tempos da localidade que chegou a abrigar cerca de 400 moradores. “Aqui tinha ponto de taxi, açougues de Reinoldo Grunewald e Eugênio Markus, casa comercial e salão de baile de Henrique Dreyer, sapataria e ferreiro, entre outros.” Mas o que mais deixou a localidade conhecida por toda a região foi o salão Sabke, de propriedade de Otávio Sabke, falecido em 2002 e que em 1960 instalava-se na comunidade com casa comercial. Inaugurado em 30 de outubro de 1965, o imenso pavilhão de madeira foi palco de bailes inesquecíveis animados por bandas de famosas como Os Atuais, além de fandangos, bailes de natal e concursos para escolher o homem mais alto, mais baixo, mais magro ou o mais gordo. “Épocas inesquecíveis pois chegávamos a receber 1500 pessoas para um baile, onde todos divertiam-se, sem problemas nenhum”, recorda Nelci. O último e derradeiro baile ocorreu no final de 2001. “Após isso não conseguimos mais alvará da prefeitura e encerramos as atividades”. Hoje, quem passa pela estrada, que em breve receberá asfalto, depara-se com uma edificação ruindo. Entre os professores que atuaram na comunidade são lembrados os nomes de Otávio Martins, Lori Favaretto, Loiva da Silva, Dalva dos Santos, Sônia Feil, Ilse Markus e Ilvo Theisen, entre outros. Entre os sobrenomes de famílias que residem na localidade aparecem os sobrenomes Wentz, Rupenthal, Zacarias, Grunewald, Lenhardt, Von Müller, Strassburger, Bergmann, Schultz e Dreschler. Sem casas comerciais, a movimentação atual além das máquinas da empresa que asfalta a rodovia que passa pela localidade, ocorre nos encontros dos clubes de bolão 25 de julho e São João e do clube de mães Somos Amigos. “Um lugar, que embora com um número de moradores que reduz dia a dia, é muito tranqüilo e gostoso de morar”, declara Clarice.

domingo, 15 de janeiro de 2012

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