domingo, 18 de março de 2012

LINHA ALEGRE BAIXA - COQUEIRO BAIXO

A pequena localidade com uma população de cerca de cinquenta pessoas tem sua origem lá pelo ano de 1910 quando chegaram os colonizadores. Oriundos de Bela Vista, atual Arcoverde, em Garibaldi, na serra gaúcha, as famílias de João Vidaletti, João Mocellin, Pedro Ongaratto, Ângelo Bonacina, Luiz Pramio, Primo Mocellin e Primo Ongaratto davam início a história da comunidade que tinha um único morador, luso brasileiro, conhecido como Matias e que era considerado um excelente caçador. Em função da região ser formada por matas fechadas, os pioneiros tiveram muito trabalho para construir suas habitações, abrindo piquetes com facões, foices e machados. Em 1916 foi construída a primeira capela, tendo como padroeiro Santo Antônio, tendo como obreiros Primo Mocellin, Luiz Pramio, Pedro Constantin, Xisto Constantin. O bispo Dom João Morelli abençoou o local. Em seguida chegaram as famílias de Antônio Ongaratto, Fernando Mocellin, Iscao Caumo e Vitório Ongaratto. Inicialmente a localidade foi denominada de porco gordo, em função da grande presença destes animais. Mais tarde, em função dos moradores serem considerados pessoas muito alegres o nome foi mudado. A escola municipal Nova Bréscia, hoje desativada, também faz parte da história local. Inicialmente as aulas eram no dialeto vêneto, ministrada pela “Sinela”. A professora Clementina Ongaratto foi a primeira professora em língua portuguesa. Natural da localidade, Humberto João Ongaratto(foto)
(90), pai de oito filhos, ao lado da filha Ladi Terezinha Ongaratto, recorda com muita saudade dos tempos áureos. “Nasci aqui. A comunidade era muito grande, havia o moinho colonial de Benvenuto Pramil, o clube de futebol e o comércio de Constante Bettio, que movimentavam a localidade”. De acordo com ele, a saída dos jovens fez com que a localidade regredisse. “Aqui foi o início das churrascarias espalhadas pelo Brasil e exterior. Temos filhos desta terra com restaurantes em Guaíba, Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro e até em Portugal.” A economia baseia-se na produção de frangos e gado de leite. Todas as residências possuem telefonia automática. A comunidade é servida por uma linha de ônibus, duas vezes por semana, até Nova Bréscia e Coqueiro Baixo. As festas do padroeiro e o clube da terceira idade movimentam a vida social. O bar do salão comunitário, ao lado da igreja, é o ponto de encontro aos finais de semana. Na igreja católica, inaugurada em 1968, a missa é realizada uma vez por mês. Jacondo Bazanella é o presidente da comunidade. O encontro da família Ongaratto, uma vez por ano, é outro atrativo. “Um ótimo lugar para vivermos, tranqüilo, onde todas as pessoas se conhecem e vivem em harmonia, até porque são todas parentes”, destaca Ladi. Entre as famílias que residem na localidade, que está situada á três quilômetros do centro da cidade, estão os Ongaratto, Bazanella, Mocellin, Caumo, Picini, Locatelli, Pramil e Morghetti.

segunda-feira, 5 de março de 2012

SANTA CECÍLIA - FORQUETINHA

O nome da localidade pode soar estranho para algumas pessoas, mas de acordo com a moradora Nelci Sabke (70), assim é conhecido lugarejo situado á beira da rodovia que liga a sede do município, situada á 4,5 quilômetros, com Sério, localizado á 18 quilômetros. “A denominação se deve ao morador Capitão Knebel, doador das terras para a construção da escola que funcionou até vinte anos atrás. Sua esposa chamava-se Cecília. Mas foi por volta de 1900 que chegavam os primeiros habitantes, representados pelas famílias Dreyer, Grunewald, Folz, e Tempass, entre outros. Nelci, juntamente com a filha Clarice Bergmann recorda dos bons tempos da localidade que chegou a abrigar cerca de 400 moradores. “Aqui tinha ponto de taxi, açougues de Reinoldo Grunewald e Eugênio Markus, casa comercial e salão de baile de Henrique Dreyer, sapataria e ferreiro, entre outros.” Mas o que mais deixou a localidade conhecida por toda a região foi o salão Sabke, de propriedade de Otávio Sabke, falecido em 2002 e que em 1960 instalava-se na comunidade com casa comercial. Inaugurado em 30 de outubro de 1965, o imenso pavilhão de madeira foi palco de bailes inesquecíveis animados por bandas de famosas como Os Atuais, além de fandangos, bailes de natal e concursos para escolher o homem mais alto, mais baixo, mais magro ou o mais gordo. “Épocas inesquecíveis pois chegávamos a receber 1500 pessoas para um baile, onde todos divertiam-se, sem problemas nenhum”, recorda Nelci. O último e derradeiro baile ocorreu no final de 2001. “Após isso não conseguimos mais alvará da prefeitura e encerramos as atividades”. Hoje, quem passa pela estrada, que em breve receberá asfalto, depara-se com uma edificação ruindo. Entre os professores que atuaram na comunidade são lembrados os nomes de Otávio Martins, Lori Favaretto, Loiva da Silva, Dalva dos Santos, Sônia Feil, Ilse Markus e Ilvo Theisen, entre outros. Entre os sobrenomes de famílias que residem na localidade aparecem os sobrenomes Wentz, Rupenthal, Zacarias, Grunewald, Lenhardt, Von Müller, Strassburger, Bergmann, Schultz e Dreschler. Sem casas comerciais, a movimentação atual além das máquinas da empresa que asfalta a rodovia que passa pela localidade, ocorre nos encontros dos clubes de bolão 25 de julho e São João e do clube de mães Somos Amigos. “Um lugar, que embora com um número de moradores que reduz dia a dia, é muito tranqüilo e gostoso de morar”, declara Clarice.