sexta-feira, 1 de agosto de 2014

LINHA PAREDÃO - SÉRIO



Entre montanhas e extensas áreas de plantações está a localidade de Linha Paredão, situada à cinco quilômetros da Sede do município. Acessada  pela RSC-421, recentemente asfaltada, a comunidade localiza-se na divisa com Santa Madalena, pertencente à Boqueirão do Leão.  Uma estrada municipal sem pavimentação, margeada por habitações de ambos os lados, dá a impressão que não existem limites geográficos, devido a proximidade e integração entre os moradores dos dois municípios. Os cerca de 150 habitantes dedicam seus afazeres diários à economia local baseada no reflorestamento, suinocultura, avicultura, laticínios, gado de corte, serraria, marcenaria, psicultura e fumicultura. O salão comunitário, além de ser o local de encontro para a comunidade, serve também como ponto religioso, onde uma vez por mês ocorrem as Missas.  O padroeiro da comunidade é São Cristóvão.  Também casas comerciais servem como locais de lazer e para colocar as conversas em dia. Uma desses pertence à Augusto Favaretto. A outra é atendida por  Araci Weber Corbelini, que também  atua como costureira e diz gostar muito da localidade. “Moramos numa comunidade tão boa de viver. Já pensamos diversas vezes em mudar para Lajeado, mas relutamos e ficamos aqui, pois é muito calmo e tranquilo, as pessoas se conhecem e se ajudam”, comenta.  No armazém, que tem de tudo um pouco, atendendo as necessidades básicas da população, o antigo caderno de anotações das compras à prazo ainda é utilizado. “Sempre funcionou assim, o pessoal compra, anotamos em logo eles pagam. Quase não temos problemas de inadimplência, o pessoal sempre acaba quitando as dividas”, destaca Araci. Entre os sobrenomes de famílias que residem na localidade aparecem Favaretto, Aroldi, Corbelini, Ferri, Arioti, Biancheti, Weber, Primaz, Sartori, Danieli, Wagner, Stoll, Monteiro, Martini, Kunzler e Fontana.




sábado, 25 de janeiro de 2014

SÉRIO - A BENZEDEIRA DO MORRO DO SARTORI

A benzedeira do morro – Sério Localizado próximo a cidade, com 675 metros de altitude, o que permite uma visão panorâmica de diversas localidades da região, o Morro do Sartori, além das belezas naturais, também motiva histórias relatas pelos moradores como o depoimento a se seguir que nos concedido pelo morador Sadir Capoani. “Na propriedade de Ivanir Sartori, também conhecida como Morro do Sartori, em nosso município, vivia há muitos anos uma senhora muito humilde juntamente com sua numerosa família. Conhecida como Joana, e como até nos dias atuais é cultura da região o “ofício” de benzedeira, ela era conhecida por todos como a Benzedeira do Morro. Pessoas de diversas localidades procuravam a benzedeira quando algum membro da família adoecia. Como dona Joana era muito pobre, para as pessoas não irem até a sua casa, ela realizava os rituais das benzeduras em um tronco de Canjerana, que existe até hoje na propriedade. Ali ela cuidava dos doentes com benzeduras e ervas medicinais, Dona Joana não cobrava pelo trabalho mesmo sendo muito pobre, pois acreditava que se cobrasse algum valor a benzedura não teria efeito. Então, as pessoas atendidas doavam alimentos para a benzedeira, que servia de sustento para sua família juntamente com peixes que eram pescados em pequenos açúdes que ali existiam. Os filhos da benzedeira eram os responsáveis pela pesca sendo que as doações eram depositadas junto ao tronca da canjerana. Como na época a propriedade era de difícil acesso, o morro tem 665 metros de altitude, muitas pessoas que procuravam a benzedeira já bastante debilitados pela doença, não resistiam e acabavam falecendo e em muitos casos eram enterrados ali mesmo na propriedade. Inclusive um filho da própria benzedeira. Por isso a propriedade ficou conhecida por várias histórias, lendas de aparições e de fatos estranhos acontecidos no local contados pelos frequentadores do local. Uma se destaca é contada pelo Ivanir Sartori, que diz que no local por várias vezes já foi visto pescando durante a noite em açudes, um menino sempre carregando um lampião. Fato esse que muitos acreditam ser contado pelo proprietário para intimidar possíveis pescadores que pretendem frequentar o local sem permissão”.