sexta-feira, 10 de julho de 2015

ARROIO DO LEITE - POUSO NOVO


Situada entre montanhas e vales e rodeada por uma natureza exuberante próxima ao Rio Forqueta está a localidade que dista cerca de dez quilômetros do centro da cidade. Atualmente habitada por oito famílias, representadas por cerca de 30 moradores, a pequena comunidade carrega uma linda história de heroísmo, perseverança e conservação de valores que já se mantêm por quase oitenta anos.  De acordo com pesquisa histórica realizada pela professora Vergínia Hanauer e seu esposo Ventelino Hanauer (foto)
foi no ano de 1926 que chegaram à localidade os primeiros moradores, oriundos da localidade de Boa Vista em Garibaldi. Eram as famílias de Vicente Facioni, Batista Cerutti, Benjamin Motta, Guilherme Rama e Domingos Barbieri. Ao avistarem o arroio que passa pelo lugarejo, devido às aguas claras, logo passaram a denominar a nova morada de Arroio do Leite, que permanece até hoje. Em 1938  iniciou-se a construção de uma pequena capela, mais tarde substituída por uma de madeira que é conservada até hoje. Como padroeiro foi adotado São Valentim, sendo que a festa em sua homenagem ocorre no terceiro domingo de fevereiro.  Em 1973, ocorreram as primeiras Missões Populares e que recentemente foram novamente realizadas na comunidade. A comunidade religiosa possui 25 famílias associadas, porém apenas oito ainda residem na localidade, dedicando-se a produção primária como aviários, reflorestamento e plantações para subsistência. O êxodo rural, como em tantas outras comunidades, acabou reduzindo o número de moradores. “Os mais jovens acabaram por partir em busca de oportunidades melhores em outras cidades, como Porto Alegre, mas sem perder o vínculo com a terra em que nasceram”, afirma a professora Vergínia que por muitos anos esteve a frente da escola municipal já desativa. Além da igreja histórica da localidade outro atrativo turístico é uma queda de água com cerca de 3º metros de altura e que pode ser visualizada desde a estrada geral.






domingo, 5 de abril de 2015

LINHA NATAL - TRAVESSEIRO






Fundada em 1915 pelas famílias de Inácio Höffle, Aloisio Bergmann, Ventutto Pacce, João Waissmann, Henrique Höffe, Sebastião Höffe, Otto Rempel, Oscar Southier, Jacó Dill, Raimundo Rempel, Mathias Rempel e as famílias Sequi e Fraisleben, a localidade de Linha Natal é também conhecida como Picada Natal e localiza-se na divisa entre Travesseiro e Capitão. Professor da escola Olavo Bilac, que funcionou até 1993, o professor Lasiê Delazzeri, atualmente exercendo a função de agente administrativo da prefeitura de Travesseiro, pesquisou a história da localidade. “Os pioneiros chegaram a pé, abrindo piquetes, derrubando árvores e enfrentando muito perigo. As mudanças eram feitas à pé e economia da época se baseava na criação de porcos e cultivo de feijão e milho”. A primeira capela foi construída em 1920 em terras doadas por Mathias Rempel. A denominação de Linha Natal se deve ao padroeiro que é Menino Jesus. As mercadorias chegavam as residências transportadas através de tropas de burros, vindas Arroio do Meio e Nova Bréscia. Entre os padres que atuaram na comunidade são lembrados os nomes de Valentino, João, Edvino Pulk, Reinoldo, Arlindo Pofmann, Alberto Fiat e Vilibaldo Back e Silvério Schneiders. Ainda nos registros históricos, no setor de educação, em 1920 as aulas eram ministradas em residências particulares. As primeiras professoras foram Clementina Freisleben e Maria Zulmira Dietrich, Rosina Biazebetti, Ana Vilma Veizemann, Gerna Erna Veizemann, Almiro Dadaut, lenita Theves, Ervino Breitemback, Guido Kurach, Nair Sartori, Deonira Lurdes Pagliarini, Jandira Biazebetti Giongo, Teresinha Merlo, Laziê Delazzeri e outros. O Arroio Feiticeiro que corta a localidade é formado a partir da junção dos Arroios Gaúcho e das Rãs. Com o decorrer do tempo os moradores, devido ao terreno montanhoso e com poucas perspectivas de melhora de vida, acabaram mudando-se para outras comunidades. Atualmente somente um morador reside na localidade, se dedicando ao reflorestamento e criação de suínos. Extensas áreas de terras são utilizadas para plantações de pinos, acácias e eucaliptos. Também merece destaque a produção de paralepípedos. A igreja e o cemitério estão em ruinas, tomados pela vegetação. O sino da igreja foi doado para a comunidade católica de Marques de Souza. O templo encontra-se muito danificado, com janelas destruídas e inscrições nas paredes. Para acessar a localidade deve-se acessar por Linha Zanotelli, interior de Capitão, de onde se toma uma estrada por cerca de seis quilômetros. Recomenda-se utilizar veículo tracionado ou percorrer cerca de um quilômetro a pé.

Textos e fotos Alício de Assunção