Entre montanhas e extensas áreas de plantações está a
localidade de Linha Paredão, situada à cinco quilômetros da Sede do município. Acessada pela RSC-421, recentemente asfaltada, a
comunidade localiza-se na divisa com Santa Madalena, pertencente à Boqueirão do
Leão. Uma estrada municipal sem
pavimentação, margeada por habitações de ambos os lados, dá a impressão que não
existem limites geográficos, devido a proximidade e integração entre os
moradores dos dois municípios. Os cerca de 150 habitantes dedicam seus afazeres
diários à economia local baseada no reflorestamento, suinocultura, avicultura,
laticínios, gado de corte, serraria, marcenaria, psicultura e fumicultura. O
salão comunitário, além de ser o local de encontro para a comunidade, serve
também como ponto religioso, onde uma vez por mês ocorrem as Missas. O padroeiro da comunidade é São
Cristóvão. Também casas comerciais
servem como locais de lazer e para colocar as conversas em dia. Uma desses pertence
à Augusto Favaretto. A outra é atendida por Araci Weber Corbelini, que também atua como costureira e diz gostar muito da
localidade. “Moramos numa comunidade tão boa de viver. Já pensamos diversas
vezes em mudar para Lajeado, mas relutamos e ficamos aqui, pois é muito calmo e
tranquilo, as pessoas se conhecem e se ajudam”, comenta. No armazém, que tem de tudo um pouco,
atendendo as necessidades básicas da população, o antigo caderno de anotações
das compras à prazo ainda é utilizado. “Sempre funcionou assim, o pessoal
compra, anotamos em logo eles pagam. Quase não temos problemas de
inadimplência, o pessoal sempre acaba quitando as dividas”, destaca Araci.
Entre os sobrenomes de famílias que residem na localidade aparecem Favaretto,
Aroldi, Corbelini, Ferri, Arioti, Biancheti, Weber, Primaz, Sartori, Danieli,
Wagner, Stoll, Monteiro, Martini, Kunzler e Fontana.
sexta-feira, 1 de agosto de 2014
sábado, 25 de janeiro de 2014
SÉRIO - A BENZEDEIRA DO MORRO DO SARTORI
A benzedeira do morro – Sério
Localizado próximo a cidade, com 675 metros de altitude, o que permite uma visão panorâmica de diversas localidades da região, o Morro do Sartori, além das belezas naturais, também motiva histórias relatas pelos moradores como o depoimento a se seguir que nos concedido pelo morador Sadir Capoani. “Na propriedade de Ivanir Sartori, também conhecida como Morro do Sartori, em nosso município, vivia há muitos anos uma senhora muito humilde juntamente com sua numerosa família. Conhecida como Joana, e como até nos dias atuais é cultura da região o “ofício” de benzedeira, ela era conhecida por todos como a Benzedeira do Morro. Pessoas de diversas localidades procuravam a benzedeira quando algum membro da família adoecia. Como dona Joana era muito pobre, para as pessoas não irem até a sua casa, ela realizava os rituais das benzeduras em um tronco de Canjerana, que existe até hoje na propriedade. Ali ela cuidava dos doentes com benzeduras e ervas medicinais, Dona Joana não cobrava pelo trabalho mesmo sendo muito pobre, pois acreditava que se cobrasse algum valor a benzedura não teria efeito. Então, as pessoas atendidas doavam alimentos para a benzedeira, que servia de sustento para sua família juntamente com peixes que eram pescados em pequenos açúdes que ali existiam. Os filhos da benzedeira eram os responsáveis pela pesca sendo que as doações eram depositadas junto ao tronca da canjerana. Como na época a propriedade era de difícil acesso, o morro tem 665 metros de altitude, muitas pessoas que procuravam a benzedeira já bastante debilitados pela doença, não resistiam e acabavam falecendo e em muitos casos eram enterrados ali mesmo na propriedade. Inclusive um filho da própria benzedeira. Por isso a propriedade ficou conhecida por várias histórias, lendas de aparições e de fatos estranhos acontecidos no local contados pelos frequentadores do local. Uma se destaca é contada pelo Ivanir Sartori, que diz que no local por várias vezes já foi visto pescando durante a noite em açudes, um menino sempre carregando um lampião. Fato esse que muitos acreditam ser contado pelo proprietário para intimidar possíveis pescadores que pretendem frequentar o local sem permissão”.
Assinar:
Postagens (Atom)