sexta-feira, 18 de junho de 2010

BARRA DO DUDULHA - FONTOURA XAVIER





Localizada ás margens do rio Fão em área pertencente ao município de Fontoura Xavier está Barra do Dudulha. É local de divisa também entre os municípios de Progresso e Pouso Novo. O lugar é considerado histórico em função do Combate do Fão ocorrido na comunidade em setembro de 1932 durante a Revolução Constitucionalista. A professora Leda Trombini, juntamente a filha Janaína, acadêmica do curso de história da Univates, se dedicam a pesquisar a história da localidade. Juntamente com o esposo Juarez Trombini, a família administra a casa comercial situada bem em frente aonde ocorreu o combate. Há poucos metros está o cemitério onde estariam sepultados seis corpos de combatentes. “Seguidamente chegam por aqui, pessoas pedindo informações sobre o combate. São historiadores, pesquisadores, estudantes de história e até parentes de pessoas falecidas na revolução”, relata Leda que recorda também que segundo contava um dos primeiros moradores, o comerciante Guilherme Trombini, por volta do ano de 1900, a localidade era ponta de passagem e pouso para viajantes que se dirigiam de Lajeado a Soledade. Ela cita entre os pioneiros as famílias Bacci, Stürmer, Bagantini e Trombini. Hoje a comunidade está reduzida a pouco menos de trinta pessoas distribuídas em sete famílias. Um sonho da educadora é a instalação de um museu para abrigar objetos e documentos do combate. O prédio da escola desativada já estaria destinado para este objetivo. A enxurrada de 4 de janeiro deste ano, por pouco não destruiu os vestígios que restam da revolução. “Ficou tudo em baixo d´agua, a ponte sobre o rio Fão foi destruída, mas por sorte o cemitério histórico ficou em pé”, relata Leda. A Revolução Constitucionalista de 1932, foi um movimento deflagrado em São Paulo, mas teve adesões no Rio Grande do Sul. Nos vales do Rio Pardo e do Taquari, vários contingentes de voluntários se prepararam para integrar as forças de Soledade, quando descessem a Serra rumo a Porto Alegre. Um contingente da Brigada Militar subiu pelo Rio Taquari para conter o foco revolucionário. Conforme o historiador e professor José Alfredo Schierholt em 11 de setembro de 1932, a marcha teve início. No mesmo dia, o Regimento Militar, encarregado da segurança do Palácio do Governo, subiu pelo território que hoje pertence ao município de Marques de Souza, ladeando a margem direita do rio Fão, em direção à localidade de Barra do Dudulha. Schierholt observa que os primeiros confrontos aconteceram no final da tarde de 12 de setembro de 1932. ‘No dia seguinte, o tiroteio recomeçou em meio à cerração e à chuva, com os revoltosos escondidos na mata e liderados pelo General Candoca, à margem esquerda do rio Fão, para enfrentar a Brigada Militar, fortemente armada. Foi nestas circunstâncias que aconteceu o Combate do Fão, em que os constitucionalistas tiveram que se render’, relata o professor. Do lado dos revolucionários, houve quatro mortes, inclusive a de um voluntário muito conhecido, o Gigante. O Regimento perdeu dois oficiais e três praças. Alguns mortos foram sepultados no local do combate, onde ainda restam vestígios do cemitério. Em outros registros consta que o padre da comunidade de Bela Vista do Fão, o frei franciscano Tiago Scheffers, foi ao campo de batalha e encontrou corpos de cinco revolucionários e inúmeras covas com cadáveres dos soldados. Conta-se também que uma caixa com armas estaria no fundo de um poço no Arroio Dudulha. Uma canjerana, próximo a um potreiro, ainda guarda sinais dos tiros que recebeu. O certo é de que muito ainda há de se pesquisar sobre o assunto.

2 comentários:

  1. Excelente meu amigo. Estou por F.Xavier e já ouvi falar dessas batalhas...esta faltando o tempo necessário para conhecer...e você ajuda despertar a curiosidade e já vou conhecendo um pouco do local. Abraços.

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  2. SOU DE ALTO ALEGRE RS E MEU VO FALAVA MUITO SOBRE ESSA BATALHA NO QUAL ELE DISSE Q TINHA PARTICIPADO...ANDRE DE OLIVERIA

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