sexta-feira, 1 de julho de 2011

MEDOREMA - POUSO NOVO

Localizada há dez quilômetros da sede do município, a localidade abriga cerca de cem moradores, divididos entre Medorema Alta e Baixa. A maioria é descendente dos imigrantes italianos que chegaram por aqueles lados em 1899. Até hoje são lembradas as famílias dos pioneiros Casaril, Orsolin, Minotto, Martini, Valer, Vidal e outros, oriundos de municípios da serra gaúcha, como Garibaldi e Caxias do Sul. Entre estas famílias, muitos eram naturais da Itália. Rodeada por morros íngrimes, os espaços disponíveis são utilizados para avicultura, fumicultura e criação de gado de leite. Mas o carro chefe da economia local é o reflorestamento. A estrada geral que corta a localidade é margeada dos dois lados por centenas de metros cúbicos de árvores derrubadas. São eucaliptos e pinus eliotti fornecidos para empresas da região de Carazinho e Passo Fundo. Os moradores recordam da época em que residiam em torno de quatrocentos moradores. As casas comerciais de Onório Casaril e Nelson Giovanella, a serraria movida com máquina a vapor, moinho com roda d´agua e barbaquá de erva mate atraiam pessoas e movimentavam a comunidade. Hoje o local para encontro e lazer é a bodega junto ao salão comunitário, onde nos finais de semana, os moradores jogam bocha, carteado e conversam sobre diversos assuntos. Ao lado, a igreja católica, cujo padroeiro é Santo Antônio, que é referenciado em festa anual juntamente com Santa Lucia. As missas ocorrem uma vez por mês, rezadas pelo padre Nelson Müller, da Paróquia de Pouso Novo. A propósito, a fé dos moradores é também manifestada nos capitéis de Santo Expedito, Antônio, Salete e Lucia, espalhados pela localidade. A capelinha com a imagem de Nossa Senhora de Lourdes percorre mensalmente todas as residências. A única escola foi desativada há quatro anos. Entre os professores que por lá passaram são lembrados os nomes de Adolfo Valer, Lidia Orsolin, Iolanda Bianchini, Nestor Paludo, Ivo Ferronato e Zique Pretto. Atualmente os estudantes tem acesso às aulas em Picada Taquari e na Sede. Também desativado o Nova Aliança, a equipe de futebol que movimentava as tardes de domingo. O ABC foi o primeiro time da comunidade. A gastronomia herdada dos imigrantes é mantida até hoje. Na residência dos Muttoni, por exemplo, nunca falta o vinho caseiro, polenta, queijo, salame e radici. "Herdamos de nossos avós e pais, o gosto do trabalho e o apreço pela terra em qe nascemos", afirma Mauro Muttoni. Juntamente com Marta, Osmar e Maria Ferrari eles forma famílias que apostam no agronegócio. Lidam com o reflorestamento, tradição que vem desde o avo Carlos Muttoni. "Nestes terrenos nada planos, é no braço e na força de vontade que produzimos", emenda Mauro. O telefone celular tem bom sinal na localidade que já conta com o serviço de internet via rádio. Filhos dos produtores tem acesso as aulas em Picada Taquari e na Sede. Entre os sobrenomes de familiais atuais aparecem Marchese, Muttoni, Zago, Vinghatti, Freisleben, Ferrari, Gottardi, Guerra e Santos. De acordo com o morador Vivairo Zago, a denominação da localidade vem da junção de duas palavras. "Entre os primeiros moradores havia uma pessoas que media as terras. Sua esposa chamava-se Ema. Daí surgiu Medorema", justifica.

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