sábado, 1 de maio de 2010

PICADA SERRA -MARQUES DE SOUZA




Picada Serra – Marques de Souza


A pequena localidade não poderia estar num ponto mais privilegiado. Às margens da rodovia asfaltada, RS-423, há pouco menos de seis quilômetros da BR-386 com uma altitude de 470 metros quadrados que proporciona um clima ameno durante boa parte do ano. As paisagens compostas pelas matas, morros e plantações, muitas vezes cobertas por uma densa neblina, faz em alguns momentos a imaginação nos remeter a algun país da Europa. Aliás, a localidade tem ligações com àquele continente. Por volta de 1900, vindos da Serra Gaúcha, especialmente Garibaldi e Bento Gonçalves, chegavam os imigrantes italianos. Eram as famílias Colombo, Merlo, Zachetti, Cavaletti e Broilo que davam início a uma linda história de muita luta e perseverança. Logo sentiram a necessidade de oferecer dentro da própria comunidade a oportunidade para as crianças freqüentarem a escola. Assim, o morador Augusto Colombo ofereceu espaço de sua própria casa, gratuitamente, para que ali funcionasse a escola e a igreja. A escola iniciou seu funcionamento por volta de 1910, tendo como primeiro professor, o próprio Augusto Colombo, o qual passou seus ensinamentos a seu filho, Atílio Policarpo Colombo, que continuou a caminhada, sendo o primeiro professor oficial encontrado nos registros na escola fundada em 1940 e que nesta semana comemorou setenta anos de existência e que leva seu nome. Um dos moradores mais antigos e Leonildo Degasperi (72), vive na localidade desde três meses de idade. “Não nasci, mas comecei a mamar aqui”, relata orgulhoso. Nono Degasperi como é mais conhecido sabe muito da história local. A casa (foto) que reside com a esposa Lourdes Catarina Zagonel Degasperi é herança do avô Abrão Zagonel. “Está muito bem conservada e deve ter em torno de noventa anos. Ele era marceneiro e a construiu com muito capricho e madeira de primeira”, afirma. Nono lembra também que por 30 anos foi presidente e tesoureiro da Comunidade Católica São Paulo, entidade que reúne moradores ligados a igreja católica. Ele recorda que aos treze anos já integrava a sociedade. “Na primeira pedra angular da comunidade eu estava lá ao lado de meu pai José Degasperi. O padrinho da pedra foi Rodolfo Merlo”.
Aliás é na comunidade que acontece uma das maiores festas da região. “A Festa do Colono Italiano é uma das marcas de nossa comunidade e acontece sempre no mês de julho. É um momento para reencontro, competições e muito lazer das famílias que ainda residem aqui, em torno de trinta, e de ex-moradores”, salienta. Estes poucos moradores que residem na Picada Serra vivem de uma economia diversificada. Nos vales e montanhas da região se destacam a produção de frutas cítricas, frangos e leite e parreiras que resultam na produção de vinho caseiro por algumas famílias. Atualmente a comunidade é composta por diversas famílias como Degasperi, Zachetti, Cavaletti, Pedó, Zagonel, Ledur, Zangalli e Grana entre outros. “Enfim Picada Serra é um ótimo lugar para se viver. Clima ameno, pessoas trabalhadoras e muita tranquilidade”, destaca Nono Degasperi.

3 comentários:

  1. Que legal este depoimento! Meu pai nasceu ali. Família Paludo. Mas sou bisneta de Degasperi e também Pedó!

    Até mais!!!

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  2. Muito bom saber um pouco da historia desse lugar, sou bisneta de Atílio Policarpo.

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  3. Picada Serra foi um marco para grande familias . Até hoje , quando passo por ali lembro dos meus tempos de infância , dias de festa , churrasco , concursos de Boneca da festa … Meu bisavô , Augusto Colombo tinha um carinho especial por este lugar , criou sua família e oportunizou um pouco de conhecimento aos que lá viveram em uma época de poucos recursos para a educação escolar. Abraço pessoal !!!

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