domingo, 8 de agosto de 2010

LINHA MARIANI - POUSO NOVO






Á cinco quilômetros da sede do município, numa estreita faixa entre o rio Fão e a BR-386, está Linha Mariani, um dos marcos iniciais da colonização italiana de Pouso Novo. Conforme pesquisa realizada pelo Frei Antônio Luiz Mariani, por volta o ano de 1904, seus avós Gisberto e Luiza Peroni Mariani saíram de Nova Milano, hoje Farroupilha em busca de terras férteis. “A cavalo, percorreram durante quarenta dias os municípios de Garibaldi, Estrela, Lajeado e chegaram até Nova Berlin da Forqueta, atual Marques de Souza. Dali subiram em direção a Pouso Novo, adquirindo terras onde hoje é Linha Mariani. Com eles o filho Maximino, com apenas quarenta dias de idade. Não compraram terras junto ás várzeas de Marques de Souza com medo das inundações do Rio Forqueta”, registra. Assim iniciava a existência da localidade, onde se alojaram em uma barraca. Após iniciar uma roça e plantar um parreiral construíram uma casa, com cantina, ferraria, paiol, chiqueiro, alambique para fazer cachaça de graspa de uva, pipas e uma barca e canoa para transpor o rio Fão. “Viveram na localidade até 1918 de onde se transferiram para Navegantes, próximo a Forqueta Alta. Ali construíram um moinho colonial e viveram todas suas vidas”, afirma Luizinho Mariani, bisneto de Gisberto e Luiza e atual secretário de administração de Pouso Novo. “Se hoje estamos aqui, é graças ao espírito audacioso destes pioneiros que enfrentaram todo o tipo de dificuldades naquela época”. Durante muitos anos a localidade serviu como ponto de referência, pois por ali transitavam comerciantes ambulantes, mascates e tropeiros que transportavam gado entre Lajeado e Soledade. De acordo com o morador Armindo Guerra (60), que nasceu e ainda reside na localidade, entre os pioneiros também estão as famílias Perotti, Salvatori e Zeni. Sua residência atual, construída em 1906, foi herdada dos avós Miguel e Albina Guerra e pertenceu a família Mariani. “Hoje não temos mais nenhum morador com o sobrenome Mariani por aqui, mas foram eles que iniciaram tudo o que temos neste lugar maravilhoso para se viver”. Armindo recorda da época em que jogava futebol aos finais de semana. “Passávamos a nado pelo rio Fão em direção a Vasco Bandeira, onde atuava na equipe do São José entre 1965 e 1970”. Traços da imigração italiana como a religiosidade estão marcadas no Capitel com a imagem de Nossa Senhora de Caravággio, padroeira da localidade”. Cerca de cinquenta moradores, entre eles as famílias Conpagnoni, Guerra, Valezzan e Bottega, ainda permanecem em Linha Mariani, atuando na avicultura e criação de gado leiteiro. A enchente de janeiro deste ano acabou destruindo o camping ás margens do rio Fão.

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