sábado, 28 de dezembro de 2013

MOINHO DE TRÊS SALTOS ALTO - TRAVESSEIRO - RS

Moinho de Três Saltos Alto, Travesseiro Na localidade, restos de construção, encravados na mata, à beira de um arroio, é o que sobrou da história de um tempo de prosperidade na hoje pacata comunidade. No relato a seguir, o historiador Arlindo Sandri, natural da localidade e residente na Argentina, nos relata um pouco sobre o moinho colonial de Três Saltos Alto. “Os fundamentos abandonados, as pedras mó, o velho açude, restos do antigo moinho de Três Saltos Alto, escondem uma história que merece ser resgatada. A propriedade de Ângelo Sandri, de um dos primeiros moradores de Três Saltos era atravessada pela, hoje centenária, estrada que corre ao longo dos famosos peraus, com uma estreita franja de terra, de não mais de 60 metros de largura. Visando o desenvolvimento da localidade, Sandri destinou esse espaço para empreendimentos e moradias. O ângulo norte, sobre as duas principais cascadas, das três que dão o nome ao lugar, foram destinadas à construção de um moinho. A seguir, em direção a sul estava a bucólica casa onde se estabeleceu seu filho, Luiz, onde se encontra o pé de louro que deu o nome ao livro recentemente publicado, pelo filho Arlindo Sandri. Logo, uns 50 metros mais ao sul havia uma casa, onde funcionou por muitos anos a alfaiataria de Alécio Bettio. Lá por 1933 Albino Sandri, outro filho de Ângelo, construiu um pequeno moinho, movido por uma roda de água. Era modesto, com só um jogo de pedras e moía somente milho, para o consumo dos moradores, que eram de origem germânica, na sua maioria, e comiam pão de milho. Os poucos italianos locais, dos primeiros tempos, consumiam habitualmente pão de trigo e utilizavam a farinha de milho somente para cozinhar a polenta. Depois de algum tempo, Albino decidiu estabelecer uma celaria, no morro da velha estrada justo na frente do armazém de Fridolino Stacke em Três saltos Baixo e vendeu o moinho à Harry Wisnhiter, que depois de algum tempo, à sua vez, vendeu para Adolfo Zanatta. Este investiu forte e construiu uma moinho grande, de três andares, com a melhor tecnologia: dois jogos de mós, uma para milho e outra para trigo, além de uma máquina para descascar arroz. O moinho era movido por uma poderosa roda de água de quase onze metros de altura, que era ativada pela água do importante açude, uma represa, construído com pedras basalto, bem talhadas, sendo construtor Adolfo Manfrói, muito distinguido na região. Após a exploração de muitos anos, Adolfo Zanatta vendeu o moinho à Giordano Bettio. Depois este ao filho Fidêncio, que ao chegar à idade de se retirar da comunidade, decidiu desativar o empreendimento. Infelizmente, as construções de madeira, em geral são desmontadas para utilizar os materiais em outras obras. É assim que somente sobraram ruínas de materiais duradouros e de difícil extração. Encontra-se em estudo um plano para dar um merecido destino para a conservação do que restou.” Fotos e textos Alício de Assunção

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