sábado, 31 de outubro de 2009

BELA VISTA DO FÃO - MARQUES DE SOUZA


A história

Os primeiros desbravadores da localidade hoje conhecida também como a Terra da Bergamota, chegaram por volta de 1895. O local foi escolhido para se montar um acampamento de uma equipe de engenheiros e construtores que pretendiam construir uma estrada de ferro ligando Lajeado a Soledade. O projeto não saiu do papel, mas as marcas estão até hoje na localidade com as quadras e ruas bem definidas. Em seguida colonos imigrantes oriundos da serra gaúcha chegavam ao local dando início a uma história já mais que centenária. Há registros que já por volta de 1856 madeireiros portugueses haviam residido no local. Conforme a historiadora Edacir Poletto Baiocco, natural da localidade, os gringos que chegavam de Caxias do Sul, ao avistarem o lugarejo ladeado pelo Rio Fão, exclamaram “Che Bella Vista”. Nascia então o povoado de Bela Vista. Em 2 de dezembro de 1906 era criado o terceiro distrito de Lajeado, sob o ato número 273 e instalado oficialmente em 10 de janeiro de 1907. Em 1912, o nome mudou para Fão, em 1938 mudou para Vila Fão e em 1º de outubro de 2006 retornou, através de plebiscito à Bela Vista do Fão. Marcos históricos fazem parte da localidade. O Tiro de Guerra. Os Freis Franciscanos vindos da Holanda, que estabeleceram-se em Bela Vista do Fão, pela primeira vez no Estado, em 1932. O livro Brasilien und Wittemberg escrito por Ferdinand Schröder e publicado na Alemanha em 1936 relata a existência de uma igreja luterana que atendia 14 famílias. Hoje a maioria comunga a fé católica. Moradores atuais recordam os bons tempos onde havia hospital, tiro de guerra, farmácia, hotéis. Com o passar do tempo, as gerações mais novas partiram em busca de novas conquistas em outras localidades. Hoje a economia local se baseia na produção de tijolos, com três olarias e no setor primário, com a produção de fumo, milho, suínos e aves, representando cerca de 20% da produção do município. A localidade conta com um posto de combustíveis. Um empreendedor que atua na produção de ovos é considerado o maior produtor rural do município. Cerca de setecentos moradores residem na localidade que está situada a 27 quilômetros da sede.

Eventos: Festa e Baile da Bergamota, Festa de São Roque, Filó e Encenação da Paixão de Cristo e carnaval dos idosos.

Entidades: Clube de Mães, Esporte Clube Guarani, Conselho Pró desenvolvimento e Escola Estadual Frei Antônio.


Curiosidade:
A palavra Fão, aparece já em 1856 numa relação de povoadores da Serra de São Xavier, próximo a Júlio de Castilhos. Trata-se de Serafim de Oliveira Fão. Já em 1889, em Passo Fundo um dos integrantes do Partido Republicano era Antônio Cipriano Fão. Faziam parte de famílias de madereiros. Para historiadores trata-se da incorporação ao sobrenome da localidade de onde as pessoas eram oriundas, um costume português. Fão é uma localidade do litoral de Portugal, a oeste da cidade de Barcelos. Já para o ex-reitor da Feevale, Francisco Assis Stürmer, natural da Barra do Dudulha, o nome Fão tem origem em 1875 quando algumas famílias alemãs migraram para o Brasil e se estabeleceram á beira do rio. Entre elas estavam os Von Reichembach, que deram origem ao nome Fão, pois o vocabulário “Von” teve sua pronuncia alterada para “Fon” e, mais tarde, Fão, como ficou conhecido o lugar”.


Testemunha da história

A agricultora aposentada Maria Zanolla Brunetto, 88 anos, nasceu e passou toda a sua vida na localidade. “Nasci na Barrinha e só me mudei uma vez para me casar”, recorda. Freqüentou até a quinta série na antiga escola. Até hoje guarda seu caderno de ensino religioso onde apresenta uma caligrafia impecável. Lembra que nesta época ajudou a professora Ema Klein a ensinar seus colegas. Mais tarde casou e teve oito filhos o que resultou em quinze netos e onze bisnetos. Hoje, enquanto recorda os tempos de fartura da vila, “onde tínhamos um comércio forte e muito movimento”, a devota de São Roque e Nossa Senhora, ainda faz crochê e lê muito, “principalmente o Informativo do Vale” que chega diariamente a sua casa.


Textos: Alício de Assunção

8 comentários:

  1. PARABENS PELO BLOG!
    SÃO DE PESSOAS ASSIM QUE O MUNDO PRECISA..
    PESSOAS QUE GOSTEM DE SUAS RAIZES E QUE DEMONSTRAM ATRAVES DE ATOS E NAO APENAS DE PALAVRAS..
    ME SINTO HONRADO EM PODER SER TEU AMIGO E SABER QUE VOCE AMA O QUE FAZ E NAO FAZ APENAS POR OBRIGAÇÃO!
    PARABENS MESMO..
    OS INTERIORANOS PRECISAM LARGAR ESTA MANIA DE SE DISFAZER DO LUGAR ONDE MORAM..
    POIS MORAM NUM PARAISO DE PAISAGENS E BELEZAS INIGUALAVEIS, ONDE AS PESSOAS AINDA SAO FRATERNAS.. E ISSO E RARISSIMO.
    ABRAÇÃO

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  2. Bela descrição de um lugar em que viveram meus tios dos quais há muito tempo não tenho noticias, são eles Luiz Grof e Veronica Royer, se alguem tiver noticias deles ou de seus descendentes ficarei feliz, meu e-mail: geraldo@royer.com.br.

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  3. Meu pai, Pedro Eugênio Stürmer, nos anos 1930, morou em Vila Fão, no local denominado Três Lagoas (onde fica ?), numa várzea grande à margem do rio Fão, não luito longe da Barra do Dudulia. Tinha uma pequena casa de comércio (venda) e, em seguida, passou a explorar ametistas em mina que adquiriu, situada em Constantino ou Cabeceira das Tocas. Logo após passou a exportar as ametista para a Alemanha, em Idar Oberstein. Ass. Bertram Antônio Stürmer email: bertram@sturmer.adv.br

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  4. Eu Maria Isabel Psicologa e Pedagoga tenho orgulho de minha descendencia sou neta de Lino Groff e Dileta Zago que criaram seus filhos em Bela Vista do Fao

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  5. Meu trisavô (ou triavô), Capitão Carlos Schaider, austríaco, agrimensor Imperial, integrou a equipe de medições da estrada de ferro. O irmão do meu avô paterno, Carlos Boni/Beni, neto do Capitão Schaider, de São Vendelino/RS, também fez parte da equipe e acabou ficando em Bela Vista. Casou-se em 1895, com Bertha Nerich, tiveram três filhos: Carlos Boni Filho (casou-se com Olinda Schwambach), Rosalina Boni (casou-se com Miguel Berud) e Maria Antônia Boni (casou-se com Celeste Botega).

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  6. Creio haver uma possível relação entre a denominação do rio Fão por possíveis madeireiros portugueses, dada a existência de povoação com a mesma denominação em Portugal. Como curiosidade, a origem etimológica da palavra deriva do latim "fanu" - lugar sagrado, templo.

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  7. Impossível não se emocionar ao ler a Historia deste lugar e depoimentos de moradores. Fiz minha primeira comunhão nesta Igreja. Foram meus padrinhos Nilson e Zelia Bagattini. Morava do outro lado do Rio, pertencia a Pouso Novo, Fiquei na região com meu Nono até os 12 anos. muita lembrança boa daquele tempo. Pescaria, banho de rio e futebol no campinho póximo a pinguela. Hoje tenho 63, sou Oficial de Justiça, aposentado pelo Tribunal de justiça do RS, e Advogado.

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  8. Sempre visito um camping que fica logo após o segundo Belvedere. É um lugar incrível, com a água mais limpa que já vi. Sempre agradeço à Deus que ainda não tenham destruído esse lugar. Apesar disso, o rio hoje é muito mais seco do que era alguns anos atrás.

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