sábado, 23 de abril de 2011

BARRO PRETO - POUSO NOVO

Cerca de oitenta moradores habitam a pequena comunidade localizada ás margens da BR-386 em direção a Soledade e a sete quilômetros da sede do município. Entre estas, aparecem sobrenomes como De Gásperi, Ferrari, Amaral, Freitas, Maia, Cardoso, Zanatta, Bonacina, Trombini, Radaelli, da Rosa e Bianchini.
A origem do nome da localidade, de acordo com o morador Domingos Tonello (73), deve-se aos tropeiros que transitavam pela região por volta de 1900. “Quem relatou para mim foi José Timóteo da Rosa, já falecido. As tropas vinham de Soledade e Passo Fundo rumo a Lajeado e Arroio do Meio. Aqui era um ponto de parada, pois tinham que transpor um banhado grande e com barro escuro. Logo surgiu a denominação de Barro Preto para identificar o lugar.” Tonello também recorda da época das grandes safras de feijão e soja. “Nas décadas de 1970 a 1980 faltavam caminhões para transportar nossa produção, porém as propriedades foram desaparecendo e hoje o pessoal se dedica a avicultura, suinocultura e produção de leite. O mato toma conta de tudo”, resigna-se. Jovens filhos de agricultores após concluírem o ensino médio partiram em busca de melhores condições de vida. Hoje eles atuam como comerciantes, proprietários de restaurantes e bancários em Porto Alegre e São Paulo. A fé católica, herança dos imigrantes italianos é manifestada na igreja da comunidade Nossa Senhora do Caravágio que tem na retaguarda o trabalho de moradores liderados por Adão Maia e Marcio Griztzenko. As missas são rezadas uma vez por mês pelo padre Nelson Müller da Paróquia Santo Antônio de Pouso Novo. A tradição das capelinhas se mantêm, percorrendo as residências mensalmente. Aos domingos, quando não ocorre missa, as famílias reunem-se na igreja para rezar o terço. “Somos uma comunidade de muita fé”, atesta Tonello. Durante o ano, eventos festivos como a festa do clube de mães, de São Miguel e da padroeira Nossa Senhora do Caravágio, além do tradicional baile do feijão no salão comunitário, animam a localidade, atraindo visitantes de toda a região. O telefone celular é o meio de comunicação da comunidade. Armazém para abastecimento de produtos de primeiras necessidades são encontrados na vizinha Picada Taquari. “É um ótimo lugar para viver, só temo o futuro, pois a população diminuiu a cada ano”, afirma Tonello.

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